segunda-feira, 22 de junho de 2015

Projeto de lei para aulas em Braille e Libras impõe desafio a cursinhos em Manaus

Foto de um professor e seus alunos em sala, no momento da aula. Em tramitação na Câmara Municipal de Manaus, o projeto de lei que obriga os cursos pré-vestibulares a ministrarem as disciplinas em Braille e na Língua Brasileira de Sinais (Libras), está sendo avaliado pela 2ª Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). A proposta, se aprovada, vai colocar um desafio para as instituições em se adaptar a essa nova realidade. Se o projeto for aprovado, serão realizadas, durante as aulas, traduções simultâneas por professores especializados, os quais precisarão de cursos de pós-graduações e cursos de extensão nos dois segmentos para serem contratados. Autor do projeto, o vereador Professor Samuel afirma que o objetivo da proposta visa permitir a estudantes com deficiências auditivas e visuais chances iguais de disputa por uma vaga na faculdade. “A proposta pretende instituir melhores condições de aprendizagem às pessoas que com deficiência por meio da implantação da educação bilíngue (para surdos e mudos) e do sistema em Braille (para deficientes visuais)”, afirmou. A proposta, porém, causa apreensão de proprietários desse tipo de empreendimento em Manaus. Apesar de afirmar que pretende cumprir a lei caso seja aprovada, o professor de história e diretor do Pré-Uni, Claudio Barbosa, admitiu que haverá dificuldades de cumprir de imediato. “‘É uma decisão difícil no momento, tendo em vista que a gente não possui profissionais capacitados para tal. Se o projeto for aprovado, é impossível que seja realizado a curto prazo, pois é preciso que se imponha ou se estabeleça um período para que essa lei possa entrar em vigor. No entanto, o que é lei não se discute, precisa ser cumprida, se for aprovada, vamos cumpri-lá mesmo com dificuldade”, destacou. O diretor ainda afirmou que no curso nunca existiu alunos com deficiências audiovisuais, mas que seria importante a admissão dos mesmos para integra-lós à sociedade. ”Os deficientes não são diferentes de nós: eles só possuem uma forma diferente de linguagem e de se expressar, daquilo que a gente considera como normal. Não há como inseri-los na sociedade exercendo todos os direitos de cidadania, se não for disponibilizado para eles meios suficientes para que eles possam se comunicar com as pessoas. Portanto, tudo aquilo que foi útil para inserir essas pessoas na sociedade, exercendo todos os seus direitos inerentes a cidadania, é muito bem-vindo”, enfatizou o professor. ”Fui procurado por alguns donos de cursos pré-vestibulares, e eles estavam preocupados com os custos que a lei poderia gerar à eles, mas na verdade, não estavam vendo as oportunidades. Além de ajudar na inserção dessas pessoas na sociedade, eles poderão empreender”, afirmou o vereador professor Samuel. Fonte: site D24am por Amanda Guimarães (com adaptações).

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