segunda-feira, 29 de junho de 2015
A deficiência não é uma questão da pessoa com deficiência, e, sim, de toda sociedade, diz Dra. Linamara
Quem perdeu a entrevista ou gostaria de rever, está disponível em
http://goo.gl/dJbjLT
Mais de 40 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que representa 25% da população brasileira. Com esses números, a Secretária dos Direitos
da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, Dra. Linamara Rizzo Battistella, iniciou a sabatina de segunda-feira (22), tentando explicar as deficiências
que compõem esse vasto universo. "Quando estamos falando de pessoas com deficiência temos um dado histórico que é a divisão entre as deficiências visual,
auditiva, física e intelectual, mas isso não corresponde mais à realidade. Desde 2000, os organismos internacionais definiram que a questão da deficiência
não pode ser caracterizada por uma questão orgânica, como o fato de você não escutar, por exemplo", afirma.
Segundo a secretária, é preciso individualizar as ações e, muitas vezes, as políticas públicas, para cada pessoa. "O universo da deficiência precisa ser
tratado em conjunto, embora, do ponto de vista médico, a gente procure uma etiologia para ajudar a entender melhor a abordagem clínica da reabilitação;
na verdade, hoje, quando estamos falando de deficiência, falamos de como a sociedade se comporta", diz. Linamara acrescenta que "deficiência não é uma
questão da pessoa com deficiência, e sim de toda a sociedade".
A secretária lembra que a deficiência também espelha o desenvolvimento. "Nós salvamos mais vida, nós viabilizamos fetos que não chegariam a termo. Com
isso, pagamos o preço de ter uma pessoa com algum tipo de restrição e devemos investir na área da saúde, da educação, para garantir que essa pessoa tenha
as mesmas oportunidades", afirma.
Criada há sete anos, a pasta de Direitos da Pessoa com Deficiência é relativamente nova no estado de São Paulo, mas já trouxe grandes conquistas para a
área. "Hoje, uma pessoa com deficiência é consumidora, não apenas beneficiária de serviço público". Linamara lembra que o governo de São Paulo só aceitou
fazer empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida com plena acessibilidade. Essa parceria deu tão certo que ganhou um prêmio da Organização das Nações
Unidas (ONU).
Em relação ao mercado de trabalho, Linamara cita uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que compara pessoas que
trabalham na mesma empresa, fazem a mesma atividade, e têm o mesmo tempo de casa, sendo uma com deficiência e a outra sem limitação alguma. "O grau de
investimento que a empresa fez nas pessoas com deficiência foi sensivelmente menor; então, quando a empresa se queixa da falta de capacitação, eu me queixo
da falta de capacitação da própria empresa", conclui.
A bancada de entrevistadores foi formada por Fabiana Cambricoli (repórter do jornal O Estado de S.Paulo), Dirceu Pereira Junior (editor da revista Parasports
e diretor da Áurea Editora), Thiago Uberreich (repórter da Rádio Jovem Pan), Claudia Carletto (editora do Jornal da Ame, a Associação Amigos Metroviários
dos Excepcionais) e Denilson Nalin (diretor de Comunicação da Revista D+). O Roda Viva conta ainda com a participação fixa do cartunista Paulo Caruso.
Fonte: Redação: Guilherme Niero | Edição: Luiz Genro Jornalismo
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