sábado, 20 de junho de 2015

A primeira pedalada a gente nunca esquece

Dudu agora só quer saber de pedalar Aos 6 anos, Eduardo Fermiano – o Dudu – nunca havia experimentado uma sensação corriqueira para qualquer criança da mesma idade: pedalar com uma bicicleta. Ele nasceu prematuro, com pouco mais de 1 kg e apenas 3% da visão do olho esquerdo e com o direito totalmente sem visão. Graças a um projeto voluntário em Joinville, no Norte de Santa Catarina, o menino agora só quer saber de pedalar. “É divertido”, conta Dudu. Há algumas semanas, ele começou a participar de um projeto que envolve o grupo Pedala Joinville e a Associação Joinvilense para Integração do Deficiente Visual ( Ajidevi). A primeira pedalada teve o auxílio do guia voluntário Francisco Hoff de Moraes, o Xico. “É uma bicicleta infantil e terapêutica, dupla. Quem comanda o movimento da roda é a pessoa de trás, mas a criança, que vai na frente, mexe o guidão, pedala, tem a sensação de conduzir. Ele sentiu toda a emoção, o vento no rosto. Ficou numa euforia, não queria mais sair”, conta o guia Xico. Mãe de Dudu, a dona de casa Márcia Espindola Fermiano conta que o menino tem dado uma “canseira” nos guias desde que começou a praticar a atividade na associação. “É difícil tirar ele da bicicleta, ele adora pedalar. Já tinha andando comigo, mas só de carona”, lembra a mãe. “Sabe uma coisa que aprendi? Que tem a marcha pesada e a marcha leve. E a marcha pesada anda mais rápido. Gosto mais da marcha ‘pesada’”, conta Dudu. Ele faz planos para quando for adulto. “Quero ter uma moto. E vou colocar na marcha pesada”, imagina o menino. Desde que o projeto começou, há um ano, cerca de 40 deficientes visuais, entre crianças, adolescentes e adultos, puderam experimentar a sensação, conta o guia Xico, que é aposentado. Aos 69 anos, ele diz que a bicicleta o ajudou a se recuperar de uma cirurgia no coração, há quatro anos. “A bike proporciona muitas coisas boas, até mesmo melhora o relacionamento humano”, afirma o guia, que espera ter a companhia de mais voluntários no projeto. “Hoje somos apenas em dez.” O grupo também está arrecadando fundos para arcar com os custos de uma carreta, recém-adquirida para transportar as bikes especiais, que têm mais de 2 metros de comprimento. Dudu ainda não pode ter uma dessas em sua casa, mas enquanto isso ele se diverte semanalmente com suas pedaladas guiadas. (Fonte: G1 SC)

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