segunda-feira, 15 de junho de 2015
FINEP investe alto em tecnologia assistiva
Em 2011, o Governo Federal lançou o programa “Viver sem Limite”, voltado à área de Tecnologias Assistivas
Segundo dados do IBGE, a população brasileira atualmente está na casa dos 191 milhões de habitantes. Destes, estima-se que haja 27 milhões de pessoas com
deficiência, das quais 17 milhões em idade considerada ativa para o mercado de trabalho. Apesar de 2011 ter apresentado um aumento nos índices de pessoas
deficientes empregadas no mercado de trabalho formal, conforme mostramos
nesta
matéria, é fato que os deficientes ainda enfrentam muitas dificuldades em todas as regiões do país.
Também em 2011, o Governo Federal lançou o programa
“Viver sem Limite”,
voltado à área de Tecnologias Assistivas, envolvendo 15 ministérios e orçamento de R$ 7,6 bilhões em três anos. Por intermédio deste programa, a FINEP
(Financiadora de Estudos e Projetos) pretende aplicar algo em torno de R$ 150 milhões via financiamento não reembolsável, crédito subsidiado e Subvenção
Econômica em tecnologia assistiva.
Para os cegos, a NNSolutions, investida pela FINEP, está lançando o NNS-1, tecnologia que traz um software inovador (Scanner leitor portátil – SLEP) capaz
de capturar a imagem de um texto por meio de câmera de celular, reconhecê-la em alguns segundos, e “ler” a informação para o usuário por meio de voz sintetizada.
Esta novidade poderá ser utilizada por deficientes visuais, pessoas com visão subnormal, idosos, pessoas com dificuldade em se concentrar na leitura, entre
outros.
O custo de produção do livro em Braille é de cerca de dois dólares por página e demora em média três meses para ficar pronto. Em não sendo possível reduzir
ou aumentar o tamanho dos caracteres, as obras também costumam ficar grandes já que uma página em tinta equivale a quatro páginas de um livro especial.
Já com o SLEP, o cego será capaz de obter informação de qualquer mídia impressa, acessando também um número maior de títulos literários na rede pública
de ensino.
A nova tecnologia reconhece textos com letra impressa e permite, ainda, ajustar o volume e a velocidade da voz sintetizada por meio de teclas de atalho
no teclado. Após a captura das informações impressas, o usuário navega pelo texto ouvindo trecho por trecho, avançando ou repetindo períodos, além de salvar
o que já foi reconhecido.
Outra tecnologia que visa a vida dos deficientes visuais foi desenvolvida pelos empreendedores Igor Vazzoler e Eduardo Cunha, sócios da empresa catarinense
Progic. Eles desenvolveram o Handvision, equipamento formado por óculos com filmadora embutida e um aparelho que transforma os pixels (pequenos pontos
que definem a resolução de uma figura) das imagens capturadas em movimentos de dispositivos. O equipamento ligado aos óculos adaptado é constituído por
pontos que vibram de modo diferente e numa frequência de 30 a 40 hertz.
Ao colocar a palma da mão sobre um aparelho preso à cintura, o deficiente nota o movimentar dos pontos e identifica o contorno dos objetos a seu redor.
Além disso, há componentes que processam a imagem e ativam os elementos de vibração permitindo ao deficiente “visualizar” a forma do que foi capturado.
Outra vantagem, de acordo com os criadores, é a possibilidade de variar a fonte de vídeo, o que permite ao usuário, por exemplo, assistir a um filme. A
alimentação de energia pode ser feita por meio de uma bateria ou com energia elétrica. A tecnologia recebeu R$ 1,3 milhão do Programa de Subvenção Econômica
da FINEP e está em fase final de desenvolvimento, o que ainda envolve uma rodada de testes com uma turma de alunos cegos da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) que acompanha o projeto.
O custo inicial parece exorbitante (cerca de R$ 9 mil - preço de varejo para um peça), mas perto dos que são praticados pelo setor pode ser considerado
baixo. Alguns outros produtos voltados para cegos, como, por exemplo, o conhecido Display Braille – cujo nível de complexidade tecnológica e custos de
produção são muito inferiores aos do Handvision – pode, em alguns casos, custar até o dobro desta quantia no mercado nacional.
Segundo o site do governo
“Brasil”,
um balanço do primeiro semestre de 2012 do plano "Viver sem Limite", mostra que o Brasil atingiu a meta para o ano na oferta de vagas pelo Programa Nacional
de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com 20 mil vagas de educação profissional e tecnológica para deficientes. Vamos torcer para que os investimentos
no campo da tecnologia assistiva também atinjam seus objetivos.
(Fonte:
FINEP)
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