sábado, 27 de junho de 2015

Professora cega recorre à Justiça para trabalhar

Uma pedagoga de Guanhães, na região do Rio Doce, busca na Justiça o direito de realizar o sonho de se tornar professora da rede estadual no município. Hévila Christie Pereira Santos, 30, é deficiente visual e passou em primeiro lugar em um concurso público do Estado, há dois anos. Mesmo com a boa colocação, ela teria sido considerada inapta para exercer a função pela Secretaria de Estado de Educação. No dia 28 de maio, ela obteve um mandado de segurança e espera começar a trabalhar a partir desta sexta. Foto da professora que está na porta da sua casa. Ela está usando uma blusa sem manga com listras e uma bermuda branca. “Eles querem que eu desista. Ficam me coagindo, falando que o Estado não pode se responsabilizar por mim”, afirma Hévila. “Disseram que eu até poderia passar o conteúdo, mas não tinha condição de cuidar de criança. Minha irmã estava comigo e viu como aquilo era humilhante”, completa. Na última segunda-feira, Hévila se reuniu com a diretoria da Superintendência Regional de Ensino em Guanhães. “Eles me apresentaram uma ata para que eu assinasse, abrindo mão dos meus direitos. Eu me recusei a assinar. Eles ficam tentando me desacreditar, colocando empecilhos para que eu desista da vaga. Falam que se eu cair ou acontecer alguma coisa comigo na escola vai ser acidente de trabalho e isso vai gerar problema”. A pedagoga ainda afirma que poderia receber o apoio de um auxiliar para atuar em sala de aula. “Meu marido até se ofereceu para ficar comigo na escola, mas eles não aceitaram”, ponderou a pedagoga, que perdeu a visão aos 4 anos de idade, devido a complicações de um artrite reumatóide juvenil. Resposta. Procurada, a Secretaria de Estado de Educação informou que “está trabalhando para encontrar uma solução para o caso de forma que a professora tenha o suporte necessário para que possa atuar plenamente em sala de aula”. Fonte: site do Jornal O Tempo por Isabela Meireles.

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