VaiTec premia projetos com soluções tecnológicas para pessoas com deficiência

Dos 67 projetos selecionados pelo VaiTec, oito apresentam soluções tecnológicos voltadas à melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Cada proposta receberá subsídio de até R$ 25 mil A primeira edição do Programa de Valorização de Iniciativas Tecnológicas (VaiTec) selecionou 67 projetos, entre os mais de 900 inscritos, que receberão subsídio de até R$ 25 mil para tirarem do papel as soluções inovadoras e tecnológicas apresentadas em diversas áreas ligadas à Tecnologia da informação e comunicação para o desenvolvimento econômico e social da cidade. Entre os selecionados, oito propostas apresentam soluções que beneficiarão principalmente pessoas com deficiência. Um dos motivos pelo surgimento de tantos projetos inclusivos foi a formulação do edital do programa, que previu pontuação adicional para tecnologias assistivas e propostas que previssem acessibilidade. É o caso do projeto SP Acessível, apresentada por Aline Juliana Nascimento de Paula, para desenvolvimento de aplicativo que permite a todo cidadão identificar e sinalizar espaços, rotas e equipamentos inclusivos existentes no município, apontando se existem rampas de acesso, pisos táteis, elevadores, banheiros adaptados, entre outros itens. Outro exemplo é o projeto BlinDJ, de Anderson de Cunha, que compreende o desenvolvimento de tecnologia assistiva para que as pessoas com deficiência visual possam utilizar softwares de mixagem que são necessários para o desempenho da atividade de DJ. Voltado, principalmente, aos jovens de baixa renda, o VaiTec conta com R$ 2 milhões para investimentos, sendo R$ 1,5 milhão para subsídio aos vencedores e R$ 500 mil para estruturação. A segunda edição já foi garantida pelo prefeito Fernando Haddad para acontecer em 2016. O programa faz parte do Tech Sampa, programa municipal que tem como objetivo fomentar a inovação e a tecnologia na cidade, atividades inovadoras e em especial as ligadas à Tecnologia da informação e comunicação para o desenvolvimento econômico e social, considerados relevantes para as políticas públicas municipais.A coordenação é da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), em cooperação com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo - SDTE. Confira a lista das propostas selecionadas pelo VaiTec voltadas às pessoas com deficiência: 1 - Projeto Integrar: usando Desenhos Roteirizados para assegurar aos autistas autonomia e aprendizado – Adriana Godoy A dificuldade de interação, em níveis mais ou menos severos, é uma das características marcantes das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Um dos maiores desafios de familiares e de profissionais de saúde ou de educação que convivem ou trabalham com esses pacientes é estabelecer uma comunicação eficaz, orientada para o desenvolvimento de suas habilidades de convívio social. Para os autistas a interação com o mundo externo é sempre difícil. Muitas vezes, por limitações na capacidade de usar a linguagem para interação social, comportam-se de forma apática ou inesperadamente agressiva. Nem sempre conseguem assimilar determinadas mensagens ou estímulos das pessoas e do ambiente externo. A proposta deste projeto é disseminar em larga escala uma técnica específica de comunicação com autistas, por meio de um curso de educação a distância, contribuindo assim para ampliar o acesso desses cidadãos a oportunidades de aprendizagem, convivência e participação na sociedade.Trata-se de técnica de grande eficácia, baixo custo, de fácil execução, mas ainda pouco conhecida, e que pode ser aplicada em contextos educativos diversos, como família, escola e serviços de saúde. 2- SP Acessível - Aline Juliana Nascimento de Paula Há no Brasil mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência física – 2,8 milhões apenas na cidade de São Paulo, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O SP Acessível surge para atender a demanda de circulação segura e autônoma dessas pessoas, agregando uma prática cada vez mais necessária às metrópoles: o colaborativismo.O aplicativo permite que todo cidadão identifique e sinalize espaços, rotas e equipamentos inclusivos existentes no município. Exemplos:• Rampas;• Semáforos sonoros;• Pisos táteis;• Elevadores e/ou plataformas elevatórias;• Identificação em Braille de equipamentos, monumentos e obras públicas;• Telefones públicos, bebedouros e banheiros adaptados;• Estabelecimentos comerciais acessíveis;• Obstáculos. Único dado sua abrangência, o SP Acessível prevê, mais do que indicadores que deem suporte a cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida. Por meio de uma opção que viabiliza a exibição das informações em formato de texto - compatível aos principais programas de leitura em tela -, ele poderá ser utilizado também por deficientes visuais. 3 - BlinDJ - Anderson da Cunha Farias O BlinDJ compreende o desenvolvimento de tecnologia assistiva para que as pessoas com deficiência visual possam utilizar softwares de mixagem que são necessários para o desempenho da atividade de DJ. O produto resultante desse projeto ficará à disposição do público gratuitamente em web site especialmente criado para divulgar o projeto e o apoio do VAI TEC. 4 - Audiocult - Adaptações de obras literárias em formato de podcasts radiofônicos - Bruna Dentello Costa Projeto que visa transformar obras clássicas da literatura em podcasts radiofônicos de duração máxima de 40 minutos, disponibilizados gratuitamente através de uma página na internet ( http://www.audiocult.com.br) com a ideia de futuramente disponibilizá-los para downloads, o que facilitará ainda mais a propagação do conhecimento, que poderá ser transportado para novas mídias e aparelhos eletrônicos como celulares e aparelhos com reprodução de arquivos em mp3 levando a cultura oral como forma de aprendizagem. Acreditamos que através destas produções, podemos incentivar a leitura; auxiliando na educação de ouvintes, sejam crianças, adolescentes, adultos, estudantes, deficientes visuais, e todos aqueles possam e queiram aprender com as narrativas, contribuindo sobretudo para o crescimento cultural e intelectual da sociedade. Nossa ideia com o VAITEC é conseguir verba para duas novas produções e para uma reformulação do site, onde disponibilizaremos também arquivos em formato pdf para download das obras na íntegra, proporcionando mais uma possibilidade de obter conhecimento para a população. 5- Aplicativo Interativo de Reconhecimento Nominal e Fonético para Crianças com Transtorno do Espectro - Eliana Souza Bezerra Um aplicativo interativo de reconhecimento dos colegas de classe através da identificação nominal de cada um feita pelas próprias crianças pode auxiliar o desenvolvimento das relações sociais da criança autista. O aplicativo pretende reproduzir o cenário do espaço e das atividades escolares, permitindo que as crianças do grupo onde a criança autista está inserida apresentem-se à esta através de vídeos de autoapresentações de cada criança acessados por links. Acompanhando estas imagens, o aplicativo disponibilizará a audição do nome das crianças pelas próprias vozes destas e a exibição das articulações labiais em uma segunda audição, permitindo a captura dos fonemas constituintes dos nomes pela criança autista. A participação das crianças de desenvolvimento típico na construção do aplicativo, personalizado para a turma escolar onde a criança autista está inserida, constituir-se-á em atividade diferenciada de inclusão escolar, uma vez que as crianças serão sujeitos ativos da construção do aplicativo. 6- Design para todos – A inclusão por meio da interação - Érica dos Santos Malheiros Campanha Criação de um site para interação de pessoas com deficiência e sem deficiência acerca do tema “acessibilidade”, com a avaliação, divulgação de produtos e serviços direcionados à inclusão no Brasil, segundo os requisitos do design universal. A produção de conteúdo, manutenção e desenvolvimento serão feitas por uma equipe multidisciplinar, de 4 profissionais (áreas de inclusão, design, comunicação e programação). O design universal é um conhecimento ainda pouco explorado em nosso país, cujo conceito permite avaliar as práticas dos setores da economia direcionadas a atender o maior número de públicos possíveis. Temos quase 24% de nossa população com deficiência e é necessária a criação de um canal que atenda efetivamente esse público. Em 2014, o Brasil foi classificado pela primeira vez no prêmio internacional “Design for all”, o tema da Bienal Brasileira de Design de 2015 é o design para todos e em abril de 2015, foi feita a 1ª Mostra de Design Universal do nosso país, em São Paulo, durante a feira Reatech. 7- ALERTNOW - Mario Richard Tordoya Jardim Refere a um aplicativo capaz de gerar alertas em tempo real em caso de acidentes, roubos, sequestros, etc.Com um simples apertar de botão na tela do celular, o usuário consegue avisar parentes e familiares sobre uma situação de perigo. O aplicativo ainda envia a localização do usuário e mostra a distância que o mesmo se encontra da pessoa avisada. Pode ser usado até mesmo para pessoas com deficiência pedirem ajuda com mais facilidade aos seus parentes. O aplicativo é apenas uma parte do projeto em que na segunda etapa, será desenvolvido um sistema que utilizará câmeras comuns de segurança para identificar uma arma de fogo e o sistema emitirá um alerta para o aplicativo avisando as pessoas. 8- Educatrix: Uma viagem pelo conhecimento - Rafael Camisa Nova Silva Nossa ideia envolve o desenvolvimento de um jogo digital e didático para crianças não-ouvintes (surdas) que estejam entre a primeira e a quinta série do ensino fundamental. A criança irá acompanhar através de histórias da literatura brasileira ou mesmo fatos históricos, todo um universo animado que além da diversão, fornecerá conteúdo didático específico para cada bimestre ao longo dos anos mencionados, contemplando também outras áreas de estudo como libras/português, geografia e ciências. O projeto então se mostra válido por trazer soluções de forma inovadora, dando através da gamificação uma solução educativa para dentro e fora da sala de aula. O jogo não se limitará somente a um público não-ouvinte, sendo também capaz de abranger ouvintes e ir além, ajudando na divulgação da Linguagem brasileira de sinais (LIBRAS). Informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo - SDTE.