quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Bonecos com deficiência são produzidos em oficina
ta, magra e loira. A descrição de uma das bonecas mais icônicas do mundo, desejo e modelo para crianças, não representa uma parte da população brasileira.
Quiçá poderá servir de exemplo para cerca de 24% da população do País que se declaram com alguma deficiência, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Foi pensando em como a representatividade é importante que Liduína Rodrigues, fundadora e diretora do Museu das Bonecas de Pano,
idealizou a oficina de bonecas de pano com deficiências, que ocorre durante toda esta semana na sede do museu, no bairro Pici.
“Falta essa representação de diversos segmentos, e as bonecas podem servir de instrumento para as etnias, a sexualidade. Estamos vivendo em um tempo em
que é preciso olhar com mais carinho para isso”, frisa a diretora, lembrando que as deficiências são apenas uma das possibilidades que a boneca feita de
pano dá. Como resultado da oficina, serão feitos 20 bonecos: dez para os alunos e outros dez para uma exposição no museu. Em reforma para se tornar acessível,
o espaço reabre em dezembro para visitação.
Aprendizado
Faz o molde, desenha e corta o algodão cru. Costura, coloca enchimento, faz a roupa multicolorida, os cabelos de lã e o rosto bordado de linha. Diferentemente
de outras bonecas, nessas há ainda a falta de uma das pernas, de um dos braços, a existência de uma muleta ou de cadeira de rodas.
Acostumando com o passo a passo para que o pano se transforme em brinquedo, Emanuel Oliveira, 9, acredita que o boneco de 30 centímetros que ficará em
uma cadeira de rodas feita de papelão terá significado. “Descobri no museu que quero ser artesão. Este vai ser o primeiro boneco que faço que vai passar
uma mensagem: a de que todo mundo é igual, mesmo sendo diferente”, contou.
O boneco da dona de casa Socorro Alves, 53, não terá uma das pernas e será como uma homenagem ao primo Francisco, que tem deficiência. Ela levou a neta
Letícia Beatriz, de 5 anos, para a oficina. Liduína acredita que a ludicidade do momento é o mote para o aprendizado. “Em toda idade é possível aprender,
mas, na infância, isso é mais fácil. A infância é a base. Se desde criança você naturaliza a convivência com pessoas deficientes, você educa e ela aprende
para a vida toda”, diz.
Serviço
Museu das Bonecas de Pano
O local reabre para visitação em dezembro.
Endereço: rua Departamento Joel Marques, 110, Pici
fonte:o ovo
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