quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Cadeirante ajuda a tornar praia da PB acessível a pessoas com deficiência
São 110 oficinas divididas em 10 temas diferentes direcionadas a famílias de crianças com deficiência, comunidade e profissionais com interesse pelo tema
ATENÇÃO: O prazo para que as unidades municipais de educação infantil - CEI (direto, indireto e conveniado) EMEI, CEMEI e EMEBS - manifestem interesse
em promover as oficinas foi prorrogado até 12/11/2015. As inscrições das turmas podem ser feitas pelo email
rbelluzzo@prefeitura.sp.gov.br
, aos cuidados de Renata Belluzzo Borba. Mais informações no Comunidado publicado no Diário Oficial do Município (
Parte 1
/
Parte 2)
O ato de brincar é fundamental no processo de construção da identidade de uma criança, além de ser um direito previsto em lei. Para possibilitar que todas
as crianças, com e sem deficiência, tenham esse direito garantido, é necessário pensar em práticas e propor discussões que promovam experiências inclusivas.
Diante disso, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida oferecerá, de 14 de novembro a 12 de dezembro, oficinas sobre o Brincar
Inclusivo para famílias com crianças de 0 a 6 anos de idade, comunidade e profissionais que têm interesse pelo tema. Serão 110 oficias, de três horas cada
e a expectativa é capacitar mais de 3 mil pessoas sobre práticas acessíveis do brincar, incluindo técnicas manuais e corporais e confecção de materiais
lúdicos. Os participantes estão sendo inscritos pelas unidades municipais de Educação que manifestaram interesse em ceder o espaço para a realização das
atividades.
A proposta das Oficinas sobre o Brincar Inclusivo está em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo prefeito Fernando Haddad no início da gestão
com a criação do Programas “São Paulo Carinhosa” e “São Paulo Mais Inclusiva”, bem como da Educação Infantil, da Secretaria Municipal de Educação.
Na cidade de São Paulo, a rede municipal reúne aproximadamente 16 mil estudantes com algum tipo de deficiência, sendo cerca de 2,5 mil com idade entre
0 e 6 anos.
“À medida que as crianças com e sem deficiência convivem entre si e com adultos em momentos de brincadeira também passam a conhecer as culturas sociais
e as ações construídas coletivamente, favorecendo a efetiva inclusão e a eliminação de preconceitos. Isso é pensar em uma educação efetivamente inclusiva”,
comenta a secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti.
As 110 foram organizadas em 10 temas diferentes, incluindo expressão musical, contação de histórias, brincadeiras de movimento, artes plásticas, atividades
dançantes, entre outros. As atividades propostas em cada uma delas levarão em conta brincadeiras que privilegiam as capacidades e não as dificuldades das
crianças. A ideia é estimular os participantes a recuperarem brincadeiras que vivenciaram quando crianças e torná-las acessíveis.
Entre os objetivos específicos das oficinas estão a reflexão sobre a convivência com a diferença, de forma a contribuir com o respeito à dignidade e aos
direitos da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida; e o fortalecimento de propostas que ampliem a equiparação de oportunidades, possibilitando que
os adultos repensem sobre as práticas lúdicas.
Confira os temas das Oficinas:
- A expressão musical e a criança;
- Contação de história: o faz de conta em questão;
- Música para bebês: o envolvimento da criança com o universo sonoro;
- Brincadeiras para bebês: explorando situações desafiadoras;
- Brincadeiras de Movimento: o corpo como recurso;
- Artes Plásticas: expressões múltiplas;
- Jogos Teatrais para crianças;
- Arte com materiais naturais;
- Brincadeiras Dançantes;
- O Brincar na Brinquedoteca. Genilson se dedica a ajudar outras pessoas com defiência a terem uma vida mais acessível e com qualidade de vida, lazer, cultura e esportes (Foto Babienn
Veloso Arquivo pessoal)
Genilson se dedica a ajudar outras pessoas com deficiência a terem uma vida mais acessível e com qualidade de vida, lazer, cultura e esportes (Foto: Babienn
Veloso/Arquivo pessoal).
Há três anos Genilson Machado redescobriu um prazer que estava perdido há 24 anos: o banho de mar. Ele tinha se afastado de uma de suas paixões depois
que um acidente durante um mergulho em piscina o deixou tetraplégico. Apaixonado pelo mar, ele decidiu que precisava compartilhar sua conquista com outros
deficientes e hoje coordena uma organização que promove a entrada de outros deficientes no mar com a ajuda de cadeiras anfíbias. “Para min é um sonho realizado”,
diz, diante dos frutos do projeto.
Este sonho de Genilson, que atualmente é tetraparaplégico, tem semanalmante data e hora marcada para se tornar real. Aos sábados, pela manhã, ele vê chegar
no ponto de encontro, na frente da Fundação Casa José Américo, na Avenida Cabo Branco, uma média de 35 frequentadores do projeto, todso com algum tipo
de deficiência. Além desses, o cadeirante e coordenador também vê outros se juntarem na construção dessa realidade, uma média de 50 voluntários.
“Eu e minha equipe nos dedicamos inteiramente todos os dias para manter o projeto funcionando e assim continuar proporcionando a acessibilidade ao lazer,
esporte, arte e cultura. A cada pessoa que nos relata ter entrado no mar, jogar vôlei, ou andar de bicicleta pela primeira vez na vida ou depois do acidente,
é uma emoção enorme pra eles e pra nós também, nos motivando cada vez mais a fazer com que isso perdure para sempre”, disse o coordenador.
Além de proporcionar o banho de mar para os cadeirantes, o projeto ‘Acesso Cidadão’ conta com vários coletes salva-vidas de diversos tamanhos, caiaque,
pranchas de surf. Além das atividades no mar, também há equipamentos para a prática de vôlei sentado, frescobol e handbikes.
“Aqui as pessoas percebem que seus problemas e suas limitações são pequenas ou iguais aos dos outros que estão ali se divertindo e curtindo a vida independente
das dificuldades, com isso trocam experiências e consequentemente melhoram o autoestima”, contou.
Inspiração
A inspiração do projeto, segundo o próprio coodenador, surgiu após um grupo de amigos inquietos com a falta de acessibilidade de Pessoas com Deficiência
ao mar assistirem uma nova da Rede Globo, ‘Viver a Vida’. O autor, Manoel Carlos, abordou no enredo a crença em uma vida feliz, a despeito das dificuldades
e das tragédias pessoais.
Genilson recorda que, segundo os médicos, não seria possível para ele nem sair da cama. “Mas insistir pra adquirir alguns movimentos. E a partir de quando
vi a novela renasceu novamente o desejo de voltar ao mar”, recordou.
Acidente e superação
Antes do acidente, Genilson mergulhava e se exercitava na academia, além de gostar muito de handebol e surfe. Ao 19 anos, numa quarta-feira de Cinzas,
durante um mergulho em uma piscina de um clube da Capital, ele disse ter tido lesão na medula Cervical, C5, C6 e C7.
“Os três primeiros anos eu quase não mexia o pescoço”, conta. Segundo ele, após o acidente tudo parecia ser o fim. “No início não tinha início, era só
fim. Fim de vida. Fim de amor próprio”, lembra Genilson.
A primeira vez que entrou no mar após o acidente foi no projeto que o qual coordena. Atualmente, Genilson voltou a mergulhar, como fez na praia de Porto
de Galinhas, em Pernambuco, numa profunidade de cinco metros, mas também encomendou uma prancha de kitesurf. “Estou de volta ao mergulho”, comemora.
Fonte: G1
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