quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Hospitais de SP vão ter gente treinada para traduzir a língua dos sinais

A cidade de São Paulo tem 120 mil surdos, e a partir de agora eles contam com ajuda de vários profissionais. O que facilita muito a vida deles, na hora de consultar um médico, por exemplo. A repórter Neide Duarte acompanhou esses atendimentos que tão trazendo qualidade de vida pra quem muitas vezes se sentiu excluído. Bianca, 18 anos veio saber dos cursos que o Centro de Tecnologia e Inclusão do estado oferece para pessoas com deficiência. Como a recepcionista não entende a língua de sinais, uma central de intérpretes ajuda. Não são só os gestos, as expressões do rosto também fazem parte da língua dos sinais. “Quando você começa a aprender Libras, você não está aprendendo uma língua, você está aprendendo sobre uma cultura, sobre uma identidade surda, você está entrando na comunidade surda, e isso é muito importante”, explica a professora de Libras Talita Pereira Messias. A aula de Libras, que também é oferecida pelo Centro de Tecnologia e Inclusão, é para quem trabalha em lugares públicos e que eventualmente pode atender um dos 120 mil surdos que vivem na cidade de São Paulo. “Eu quis aprender Libras pra poder ajudar o pessoal que vai sempre no pronto-socorro. Por isso que a gente está tentando aprender, pra poder se comunicar”, afirma a auxiliar de apoio administrativo do hospital Francisca Ferreira Neta. Rachida quando era criança dependia dos pais pra se comunicar. Repórter: Como você fazia para se comunicar quando ia ao médico, quando criança? Rachida Ali Najm/Tyago Santos: Quando eu era mais nova, eu ia junto com os meus pais. Eu perguntava pro meu pai o que era, mas eles só resumiam a conversa. Não sabia o que era. Então eu não conseguia estar inserida naquilo que era dito, ficava sem saber mesmo. Sempre foi assim, as pessoas surdas eram dependentes da família para tudo, por exemplo para ir ao médico e explicar o que sentiam. Como só o surdo falava a língua de sinais a comunicação era superficial e não uma comunicação profunda como é necessário numa consulta médica. Desde terça-feira passada os serviços públicos de saúde na cidade de São Paulo passaram a contar com o trabalho de intérpretes de sinais. Agora, o Tiago vai ajudar a Rachida e o filho dela, Diego numa consulta médica. Os dois nasceram surdos. “Se eu puder contar com uma pessoa pra me ajudar do jeito que foi aqui é muito bom”, diz Sylvia Marzano, urologista. “As barreiras que eu tinha, comunicativas, acabaram. Porque eu consigo vir numa consulta medica, sossegada, aliviada. Eu era muito nervosa porque eu não conseguia me comunicar, eu tinha um sério problema com isso, agora com o intérprete, eu estou muito, muito, muito contente. Em paz realmente”, conta Rachida Ali Najm. Esta foi só a terceira semana de aula, e o curso de língua dos sinais já tem fila de espera. fonte:j n

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