quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Universitário desenvolve luva que pode ajudar deficientes visuais
Se para andar pelas ruas de
Belém,
muitos pedestres ficam atentos aos diversos obstáculos que surgem pelo
caminho, para as pessoas com alguma dificuldade de visão, os desafios
são ainda
maiores.
“Tem que ter essa organização pra gente se encontrar e não se machucar.
Em casa a gente se garante e fora também, mas na rua...é um sufoco!”,
conta a professora
Núbia de Freitas, que assim como o marido Thonnys Athos Moraes, possui
baixa visão e por isso organiza tudo dentro de casa como forma de
garantir a autonomia
do casal.
E foi pensando em soluções que podem facilitar o cotidiano de
deficientes visuais que o estudante de engenharia da computação Paulo
Tássio Melo dedicou-se
durante um ano a uma criar uma luva especial: ela tem sensores
ultrassônicos que emitem ondas magnéticas, de maior ou menor
intensidade, e um motor que
provoca vibrações, iguais as de um telefone celular. O equipamento ajuda
a identificar qualquer obstáculo.
“Se vibrou mais forte, o obstáculo está mais próximo. Se vibrou com uma
intensidade menor, quer dizer que o objeto está mais distante. Então,
conforme
eu vou caminhando na rua, essas vibrações vão me identificando até no
máximo de um metro e meio de onde estão os objetos”, explica o estudante
Thonnys topou participar de um teste e rapidamente entendeu como o
mecanismo funciona.
“Aqui tem alguma coisa....parece um poste”, afirma o funcionário público.
Ele relembra as diversas dificuldades pelas quais passou ao se deslocar
pelas ruas.
“Eu já bati em orelhão, cai em buraco, bueiro, carro... Já me bati,
encarei bicicleta, e isso tudo na calçada”, detalha o jovem, que estava
meio desconfiado
no início da experiência, mas logo aprovou o equipamento.
De acordo com o professor e orientador do projeto, Johelden Bezerra,
afirma que a luva nem custou tão caro e que pode ficar ainda mais barata.
“O desenvolvimento do software, entre comprar alguns componentes, sai a
R$ 150. E se esse protótipo for aprovado, pode ter custo reduzido”, declara.
As pesquisas ainda continuam, e a luva deve ficar menor e mais
confortável. Thonnys também dá suas sugestões:
“De repente uma pulseira, um relógio, uma coisa que seja assim mais
discreta... Vai chamar muita atenção na rua”, brinca.
É quando o criador do projeto dá a boa notícia:
“A versão final você vai ganhar uma de presente”, garante o estudante,
enquanto abraça o novo amigo.
Paulo foi selecionado para apresentar o projeto em uma feira de ciência
e tecnologia no Rio de Janeiro e fala sobre essa experiência.
“Uma das coisas que mais satisfaz o desenvolvedor é ver que realmente
não só o seu trabalho ele tá tendo reconhecimento , mas como ele está
realmente atingindo
o seu objetivo, que é ajudar as pessoas”, conclui.
ffonte:
g1
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