sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Primeiro curso de pós-graduação em Audiodescrição do país forma especialistas na área

Trabalho de Luciene Fernandes sobre audiodescrição na dança em cadeira de rodas é aprovado com indicação para publicação Entre os dias 05 e 09 de outubro foram realizadas na UFJF as bancas de defesa do curso de Especialização em Audiodescrição, primeiro e único curso na área no Brasil. A pós-graduação é promovida pelo Núcleo de Pesquisa em Inclusão, Movimento e Ensino a Distância da UFJF em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O curso de Especialização em Audiodescrição tem como público-alvo, comunicadores, artistas, roteiristas e profissionais em geral, interessados em fazer a descrição narrativa de produtos audiovisuais, promovendo, assim, maior acessibilidade cultural para pessoas com deficiência visual. A necessidade de formação de profissionais capacitados nessa área caminha em paralelo com a inclusão da profissão de audiodescritor na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) no dia 21 de fevereiro de 2013, com posterior regulamentação da profissão. A demanda por profissionais audiodescritores vem crescendo gradativamente, à medida que a sociedade tem tomado conhecimento sobre o recurso e seus benefícios e sobre as leis que discutem os direitos das pessoas com deficiência de acesso à comunicação, informação e entretenimento. Nessa primeira turma foram formados 32 audiodescritores, que estão aptos para promover a implantação do recurso de audiodescrição pelo Brasil, auxiliando o acesso de pessoas com deficiência visual a produtos culturais como shows, espetáculos, peças teatrais, cinemas, museus e outros. Mas a aplicação do recurso de audiodescrição não para por aí, entre os trabalhos de conclusão de curso apresentados verifica-se uma grande diversidade de possibilidades de utilização da Audiodescrição, como em histórias em quadrinhos, por exemplo. A aluna Nadir da Silva Machado apresentou à banca de defesa, no último dia 06 de outubro, um trabalho que propôs a Audiodescrição para os quadrinhos da Turma da Mônica. “A intenção é que crianças e adolescentes com deficiência visual possam se beneficiar com essa proposta, já que para esse público, a possibilidade de usufruir dessas histórias fica bastante limitado.” O professor do curso e componente da banca Laércio Santanna, que é deficiente visual, aprovou o trabalho destacando a importância para acessibilizar ao público infantil as histórias que povoam o imaginário popular. “A deficiência não pode ser um fator limitador para que crianças tenham acesso ao universo simbólico que as histórias em quadrinhos representam, foi muito louvável a iniciativa”, acrescenta. Coordenadora do curso de Audiodescrição, Eliana Lucia Ferreira se mostra contente com os resultados. “Acredito que o curso atingiu todos os seus objetivos e nós, como universidade pública, cumprimos nosso dever em disponibilizar à sociedade profissionais extremamente capacitados a desenvolver o recurso, que ainda é tão recente no Brasil, em todos os âmbitos da vida social, promovendo acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência. Eliana destaca que em breve será lançado edital para nova turma do curso. Demanda crescente Os resultados do censo de 2010 mostram um aumento significativo do número de pessoas com deficiência no Brasil, especialmente as pessoas com deficiência visual que serão beneficiadas por esse recurso de acessibilidade comunicacional em seu processo de inclusão cultural, social e escolar. São mais de 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil e, dentre elas, 35 milhões têm deficiência visual e 2 milhões deficiência intelectual. O número de pessoas que podem se beneficiar com a audiodescrição é ainda maior se levarmos em consideração os idosos, disléxicos, analfabetos, pessoas com déficit de atenção, autistas e outros. fonte: http://www.ngime.ufjf.br/

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