quarta-feira, 28 de outubro de 2015
CINEMA COM AUDIODESCRIÇÃO PARA CRIANÇAS CEGAS
Cerca de 15 adolescentes e crianças cegas entre 2 e 16 anos da
Associação dos Deficientes visuais de Novo Hamburgo (Adevis-NH),
participaram nesta tarde
de uma sessão de cinema audiodescritiva. A atividade aconteceu no Salão
de Atos do prédio Lilás da Universidade Feevale e foi realizada pelo
Núcleo de
Acessibilidade e Permanência (Nuap).
Crianças cegas assistem filme com audiodescrição na Fevale
Crianças cegas assistindo ao filme
O filme assistido pelas crianças foi “Hotel Transilvânia”, uma obra de
animação que conta a história Do Conde Drácula, que convida seus amigos
para comemorar
o aniversário da filha no hotel. O local serve para os monstros
descansarem depois de assustarem os humanos. No meio da comemoração um
humano aparece e
causa as maiores confusões.
A professora da Feevale Caren Kroeff, responsável pela organização da
atividade ressalta o motivo da iniciativa: "Foi pela falta de espaços
acessíveis,
porque crianças cegas não conseguem ir ao cinema acessível, pois não tem
em nossa cidade, então, encontramos aqui na Feevale um espaço bem
próximo a esse
cinema, cem por cento acessível"”.
A audiodescrição tem como objetivo incluir deficientes visuais ao cinema
e teatro. Assim, ela permite que essas pessoas entendam o filme,
narrando detalhes
das cenas, como as cores, expressões e movimentos dos personagens.
Durante o encontro, a audiodescritora convidada Iara Aragão fez a
descrição do ambiente
para as crianças, para elas reconhecerem o espaço em que estavam.
Uma das crianças presentes na sessão de cinema, Nicoly Eduarda
Veríssimo, de 11 anos, perdeu a visão com 5. Ela frequenta a Adevis
todas as quartas-feiras,
onde participa de um projeto da psicologia e outro da pedagogia,
aprendendo braile. Perguntada sobre a expectativa do passeio de hoje
Nicoly diz: "estava
bem animada".
A audiodescritora Iara Aragão explicou que para fazer um roteiro de
audiodescrição é preciso muita pesquisa: "Não é só chegar e falar apenas
o que estou
vendo, porque acaba sendo a minha opinião. A ideia é ser neutro, para um
filme, por exemplo, é mais difícil, pois além de escolher as palavras,
tu tem
que ver se cabe no tempo da cena", disse Iara. Depois de terminado o
roteiro, ele é passado para um deficiente visual, que tem o papel de
consultor, avaliando
se as palavras usadas são compreendidas.
A psicóloga da Adevis Bruna Marcelino, que realiza o atendimento
psicológico às crianças com deficiência e para a família destaca:
"Tentamos desenvolver
a questão da autonomia, auto-estima, e adaptação para essas crianças
cegas. E para os pais, desenvolvemos um tipo de escuta para eles, que
tanto sofrem
com a deficiência dos filhos. São vários projetos que auxiliam a melhor
qualidade de vida dessas famílias".
Fonte: Refúgio da Foca
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