quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Goalball é o esporte que mais cresce entre os Paralímpicos, diz técnico do Brasil
Dos esportes Paralímpicos, o goalball é o que mais cresce no Brasil, de acordo com o técnico Paulo Miranda, da seleção brasileira. E, como vários outros
desses esportes, no goalball os atletas também se valem de “ferramentas sensoriais” para sua prática: além do material específico, audição e tato são fundamentais.
O goalball é jogado em quadra de 18m x 9m, como a de vôlei, e o gol se estende a toda linha de fundo, com 1,30m de altura.
No chão, sete linhas adesivas com cinco centímetros de largura cruzam a quadra. A primeira delas marca a linha do gol. Três metros à frente, outra linha
limita o espaço de defesa; a próxima, a área de ataque. Então há um espaço neutro e a linha que divide a quadra.
Todas essas fitas adesivas são colocadas por cima de um barbante, de forma que fique um alto relevo. Com olhos vedados por gaze, esparadrapo e óculos opacos
(para que possam jogar atletas de variados graus de comprometimento de visão), é com as mãos nessas linhas que os três jogadores de cada time se orientam.
No meio da fita outro barbante forma uma cruz, com cerca de 30 centímetros, para orientação do meio, para o pivô; os alas, nas laterais, têm cruzes de
barbante no chão com 15 centímetros.
Os jogadores jogam na maior parte do tempo agachados e se jogam esticados para defender o gol (esticados, mas ainda assim um pouco curvados, para a bola
não bater no corpo e “quicar”). Os arremessos são rasteiros, com rotação de corpo para se conseguir mais velocidade e força, mas há também arremessos de
frente (com no boliche, quando se pode dar efeito na bola, com a munheca) ou mesmo de costas, entre as pernas.
“Segurando” o barulho
No goalball, o público também precisa ficar em silêncio, como no futebol de 5, para os jogadores escutarem o barulho dos guizos de dentro da bola (normalmente
de marca alemã, de borracha oca, com furos para o som sair) e também a movimentação dos passos dos adversários.
Os sons batidos dos tênis dos atletas podem ser usados como “fintas”, para enganar os adversários. Assim, o curioso é que os atacantes tentam fazer menos
barulho com a bola, para que a direção do arremesso não seja indicada para os defensores.
Assim, o goalball é tátil e auditivo. E visual também – porque o jogador, ao levar uma bolada e sentir a venda sair do lugar, deve levantar o braço para
o juiz ver e interromper a partida para que os olhos sejam novamente tapados de forma correta.
“Todo ano temos equipes novas. Depois dos campeonatos regionais, campeão e vice vão jogar o Brasileiro de 29 de outubro a 4 de novembro. Neste ano serão
12 equipes masculinas e oito femininas”, diz Paulo Miranda, coordenador do goalball na Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
Foto: Getty Imagesfonte:surto olimpico
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