quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Karatê muda vida de jovens, idosos e das pessoas com deficiência
Foto do professor dando orientações aos alunos.
“Karatê é um esporte que educa e que ensina”. Essa é a visão que o professor William Ganem, 54, tem tentado passar para 996 alunos, na Escola Parque. Há
quatro anos, a prática vem transformando a vida de crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência da Caixa D´água e de bairros da região. O projeto
também promove o karatê como atividade complementar para alunos do colégio.
Às segundas, quartas e sextas, além dos golpes “Haishu-Uchi, Yama Zuki e Kata Shotokan” e de defesa pessoal, o mestre ensina o aluno a respeitar os pais,
tratar bem os colegas, tirar boas notas e se dedicar aos treinamentos. “Ensino o karatê a esses jovens para moldar o caráter e promover o respeito e a
educação na escola e no lar”, afirma Ganem.
Os que quebram algumas dessas regras ficam de castigo para aprender que o esporte não se resume só ao combate. “Aqui, explico a todos as normas e a importância
de cada uma delas para se tornar um carateca. Os jovens que desobedecem os pais, arrumam briga ou vão mal na escola, ficam sem quimono e, após os treinos,
têm que ouvir meus conselhos e mudar as suas atitudes. Só assim eles entendem a essência do karatê, que é a paz, amor e respeito”, diz o mestre.
Inclusão é um dos princípios estabelecidos pelo professor. Caratecas com e sem deficiência trabalham unidos. “Todos treinam juntos. Meninos e meninas,
com ou sem necessidade especial. Agora, os garotos com necessidades têm um cuidado diferenciado, mas não deixam de participar das atividades. Só se não
puderem”, explica William Ganem.
Davi, de 12 anos, jovem com necessidade especial, faz karatê há um ano e diz que o esporte mudou sua vida. “Eu amo praticar o karatê. O mestre me ensina
golpes e a ser uma pessoa equilibrada, que trata o próximo com respeito”.
O trabalho rendeu bons frutos. Pais agradecem ao professor pela mudança dos filhos. Além disso, alguns dos caratecas já faturaram títulos. “Muitos encontraram
no esporte uma saída contra a criminalidade de seus bairros. Os prêmios e medalhas só me dão orgulho e força para continuar trabalhando com eles”, destaca
Ganem.
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Aluna é referência de títulos
Tainara França Gomes da Cunha, 20, é uma das referências do projeto pelo respeito e disciplina. Prata da casa, Tainara foi a primeira aluna a receber a
faixa preta. Campeã baiana sub-20 e de diversos campeonatos internos, ela quer viver do karatê: “Quero ter minha própria academia e dar aulas gratuitas
igual a meu mestre”.
Inclusão de idosos e especiais
Jovens, idosos e pessoas com deficiência praticam o esporte e aprendem a sua essência. “Tenho 65 anos e não perco uma aula do professor. Graças ao karatê
estou com uma flexibilidade impressionante. Não tem um golpe que não faça. Também, com um mestre desse, só não aprende quem não quer”, confessa José Raimundo.
Parceria com direito a rango
Alunos do projeto que não estudam na escola também têm direito a um lanche da tarde ou café da manhã para recuperar as energias após os treinos. A Escola
Parque ainda solicita à Secretária Estadual de Educação o fornecimento de transporte para os caratecas que vão disputar competições e para aulas ou atividade
fora da escola.
Fonte: site A Tarde por Raul Aguilar.
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