quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Novas tecnologias ajudam surdos em tarefas do dia a dia
No Brasil, 45,6 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, o que representa 23,9% da população. Desse universo, em 2010, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 9,71 milhões declararam-se com algum tipo de deficiência auditiva. Nos últimos anos temos visto a tecnologia
trabalhar a favor da inclusão de portadores de diferentes deficiências.
Novas técnicas já permitem que um cego, por exemplo, possa acompanhar um filme ou uma peça de teatro ou até mesmo ler uma história em quadrinhos. E os
telefones celulares com funcionalidades avançadas têm sido importante instrumento de inclusão.
Foi por meio de um aplicativo para dispositivos móveis que três brasileiros encontraram uma solução digital para a inclusão social daqueles que, para se
comunicar, dependem da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O aplicativo Hand Talk (Mãos que Falam, em português) promete acabar de vez com algumas barreiras
na comunicação com deficientes auditivos.
Outro pesquisador brasileiro elaborou um programa que chama a atenção de surdos, transformando o celular em uma espécie de ouvido que identifica quando
o nome do usuário é chamado. O programa usa um sistema de reconhecimento de voz, e quando é instalado no telefone móvel, emite sinais vibratórios e luminosos
ao perceber que o nome do usuário foi pronunciado.
O inventor Marcos Sodré, graduado em Tecnologia de Informática, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conta que a ideia surgiu a
partir da observação do universo que está ao redor dos surdos. A partir daí decidiu desenvolver o projeto em seu mestrado. “Notei que não existia um dispositivo
que facilitasse a vida de pessoas que sofrem com surdez em uma situação simples e corriqueira, como alguém chamando o seu nome. Outros recursos utilizados
para isso são o uso da língua de sinais, a leitura labial e o toque no ombro. Quis buscar algo que complementasse e fosse ainda mais eficiente que essas
técnicas”, conta.
O aplicativo recebeu o nome de TAADA (Tecnologia Assistiva para Auxílio ao Deficiente Auditivo). Testes realizados mostram que o sistema funciona em uma
distância de até cinco metros em locais internos e externos, suportando determinados níveis de ruídos. Quanto mais silencioso estiver o local, maior a
possibilidade de um reconhecimento de voz mais adequado.
Com a facilidade atual de se obter um smartphone, o TAADA tem a proposta de auxiliar os surdos e quem convive com eles, estreitando as formas de contato
e comunicação. O aplicativo está em fase de finalização mas representa, sem dúvida, um grande avanço.
Outro dispositivo que ajuda em uma tarefa simples, como acordar, é o Wake Up Deaf (ou “despertador de surdos” em português). Criado pelos engenheiros Orlan
Almeida e Paul Holdel, que residem no Distrito Federal, o aparelho tem a função de apenas vibrar. Pode parecer simples, mas para quem não ouve, faz uma
enorme diferença.
Segundo Paul, que é intérprete de Libras, o aparelho surgiu da necessidade de suprir uma necessidade social. Em contato com diversas associações de apoio
a deficientes, Paul detectou a falta de um despertador específico para surdos. Muitos deles recorrem aos aparelhos celulares, que não surtem o mesmo efeito.
“Como a vibração do aparelho celular é fraca, precisam colocar o telefone embaixo do travesseiro. Isso pode fazer mal à saúde, devido às ondas de rádio
que emite”, explica.
O engenheiro também conta que já existe um aparelho semelhante no mercado, mas com um custo por volta de R$ 300. Com uma única função, o Wake Up Deaf se
torna mais barato e acessível, cerca de R$ 80. Para configurá-lo, o usuário precisa apenas colocar a hora que deseja acordar no celular e o conectá-lo
com o aparelho via bluetooth. Assim, o despertador emite um alerta vibratório no horário desejado.
Fonte: Rede de Mobilização Social
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