sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Cérebro compensa perda da visão com velocidade maior na percepção do tato 

De alguma forma, o cérebro se adapta à ausência de visão acelerando o sentido de toque Pessoas cegas de nascença podem detectar mais rapidamente a informação tátil do que as pessoas povos com visão normal, de acordo com um estudo publicado recentemente no Jornal da Neurociência. Neste estudo, um grupo de pesquisadores conduzidos por Daniel Goldreich, PhD, da Universidade de McMaster, EUA, verificaram se as pessoas que possuem uma confiança especial em um sentido particular processariam esse sentido mais rapidamente sem enxergar, já que o cérebro exige uma fração de segundo para registrar uma visão, um som ou o toque. Segundo Goldreich, os resultados revelaram que, de alguma forma, o cérebro se adapta à ausência de visão acelerando o sentido de toque. “A capacidade para processar rapidamente a informação não visual aumenta provavelmente a qualidade de vida dos indivíduos cegos que confiam em um grau extraordinário nos sentidos não visuais”, afirmou ele. Os autores testaram as habilidades táteis de 89 pessoas com visão normal e de 57 pessoas com vários níveis de perda de visão. Os voluntários foram solicitados a distinguir os objetos que eram tocados nas pontas de seus dedos indicadores. Ambos os grupos executaram as mesmas tarefas simples, tais como a distinção de objetos pequenos contra objetos maiores. Mas quando um objeto pequeno foi seguido quase imediatamente por uma vibração maior e mais durável, a vibração interferiu com a capacidade da maioria dos participantes para detectar qual era o objeto - um fenômeno chamado ‘mascarar’. Contudo, as 22 pessoas que tinham ficado cegas desde o nascimento, executaram melhor do que as pessoas com visão e as pessoas que ficaram cegas mais tarde. Os pesquisadores mediram a quantidade de tempo mínimo necessário para que os participantes percebessem a entrada sensorial variando o período entre o toque do objeto e a vibração causada por este. Os resultados sugerem que a cegueira adiantada, de nascença, conduza a uma percepção mais rápida do toque. Contudo, se essa vantagem é devido ao cérebro se adaptar à ausência de visão - uma mudança chamada ‘plasticidade’ - ou à prática do método Braile, isso os cientistas ainda não sabem dizer. Richard Guardarou, PhD, do Massachusetts Institute of Technology, também nos Estados Unidos, afirma que os resultados sugerem que uma falta da experiência visual muda a maneira como a informação adquirida pelo toque é processada. Segundo ele, a habilidade aumentada da integração tátil parece esclarecer a velocidade notável da leitura em Braile, demonstrada por alguns indivíduos cegos. Para Richard, este trabalho constitui uma nova etapa na compreensão da interação entre sentidos. Em outubro, uma outra pesquisa feita na Universidade de Tecnologia da Geórgia (EUA), mostrou que, quando pacientes com DMRI passam a focalizar imagens em outra parte da retina, para tentar compensar a perda da visão central, seus cérebros aparentemente lidam com a mudança por meio da reorganização de conexões neurais. (Fonte: News Medical)

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