quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Rampas de acessibilidade são construídas no meio do nada no PR

Prefeituras da região noroeste do Paraná construíram rampas para cadeirantes em lugares inapropriados e que não levam a lugar algum. Em apenas uma rua de Alto Piquiri, que tem pouco mais de 10 mil habitantes, há 46 rampas de acessibilidade. Todas foram construídas de acordo com os padrões exigidos por lei, mas o problema é onde os acessos terminam. Tem rampa que termina no mato, outra que dá no muro e há ainda uma que foi construída ao lado de um bueiro que não tem tampa. Além da falta de calçada, há tijolos e objetos utilizados em construções espalhados impedindo a passagem. “Não tinha necessidade de fazer essas rampas para cadeirantes em certos lugares”, diz a dona de casa Angela de Oliveira. “Essas rampas são inúteis, estão estragando”, constata a dona de casa Consoade SassAlém de muitas rampas em calçadas onde a passagem para cadeirantes e até para pedestres é muito difícil, alguns casos chamam ainda mais atenção. A Prefeitura de Alto Piquiri fez uma obra de acessibilidade em uma rua de terra, sem asfalto e sem calçada. A obra começa no nada e termina em lugar nenhum. A situação virou piada na cidade. “É o fim da picada, é o cúmulo. Quem vai entrar no mato de cadeira de rodas”, argumenta Edileuza Genrique. Ainda mais inusitada é a explicação pra essas obras sem sentido. O Prefeito de Alto Piquiri Luís Carlos Cardoso (PSL) alega que precisa construir rampas - não importa onde - para receber verbas do governo do estado pra asfaltar as ruas. “Se mandar o projeto sem as rampas, não é aprovado, tem que ter as rampas. Independente se tem calçada ou não”, explica Cardoso. A Associação de Engenheiros e Arquitetos do Noroeste do Paraná critica a falta de planejamento nas obras de acessibilidade. "As prefeituras tem que ter uma coordenação, uma fiscalização mais adequada sobre isso. No momento em que as rampas são construídas, elas devem ter as conexões com as calçadas para proporcionar a devida acessibilidade ao cadeirante", detalha o engenheiro Jerson Godoy Leski. Problemas com rampas não acessíveis também podem ser encontrados em outras cidades da região. Em Umuarama, os cadeirantes não conseguem atravessar uma avenida porque só há rampa de um lado da pista. Em Paranavaí também há rampa que termina em um poste, e em Cianorte a passagem dá em uma árvore. "As autoridades tem que se conscientizar que o cadeirante faz parte da sociedade, o cadeirante precisa ter acesso quando sai de casa", lamenta Sandra Regina Rossi, que é mãe de um cadeirante. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Paraná diz que libera os recursos, mas a execução da obra é de responsabilidade das prefeituras. Em Paranavaí, a prefeitura informou que a previsão é de que as calçadas fiquem prontas ainda este ano, e só depois disso é que os postes serão retirados. Em Cianorte, a prefeitura também informou que as rampas eram uma exigência do governo do estado para liberar os recursos para o asfalto. As calçadas devem ficar prontas até o fim de 2015. Em Umuarama, a prefeitura informou que as rampas devem ficar prontas ainda em agosto. fonte:g1o.

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