sexta-feira, 7 de agosto de 2015
4 meios da tecnologia melhorar a arquitetura para (e por) cegos
Sete anos após acordar sem visão,
o arquiteto
Chris Downey,
de San Francisco, está ajudando a revolucionar o ambiente construído com
tecnologias interativas otimizadas para deficientes visuais. Um dos
arquitetos
cegos de maior renome internacional, Downey compreende intrinsecamente
as necessidades das pessoas com visão reduzida ou cegas. Como consultor
de diversas
organizações que se dedicam a melhorar a acessibilidade universal,
Downey desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento e integração
de novas tecnologias
não invasivas projetadas para auxiliar o público com deficiência visual.
Em um artigo publicado recentemente na
Dwell,
Downey ilustra as várias tecnologias que estão sendo atualmente testadas
e implementadas em San Francisco - uma cidade notória por seus desafios
topográficos.
Veja, a seguir, quatro tópicos da
entrevista com Downey
sobre como a
tecnologia
pode ajudar a preencher as lacunas entre a arquitetura e a
acessibilidade universal.
1. Em vez de desenvolver novas tecnologias a custos muito altos, use
ferramentas existentes e capitalize em cima de seus potenciais. A adição
de capacidades
especializadas às tecnologias existentes pode transformar um simples
dispositivo em uma ferramenta multiuso para uma pessoa cega.
"A [ferramenta] mais promissora para sinalização interna, em minha
opinião, é a tecnologia de indicação, que utiliza [sinais] Bluetooth de
baixo consumo
para enviar informações de localização e notificações para um
smartphone. O dispositivo tem o tamanho de um relógio, tem uma bateria
que dura quatro anos,
e não necessita de infraestrutura para ser integrado à arquitetura."
2. Integrar o sentido do tato em desenhos digitais pode revolucionar o
modo como arquitetos cegos trabalham.
"Com impressoras de relevo e técnicas de desenho tátil, desenhos de
arquitetura podem ser acessados através do tato. Estou colaborando com
os desenvolvedores
do inTACT Sketchpad, que permitirá desenhar sobre um tablet e sentir a
linha que se forma ao passar a caneta sobre a superfície. A informações
gráfica
pode então ser passada para um computador através de uma conexão USB."
3. O som, tão importante quanto o tato, pode ser refinado e aplicado ao
projeto através de tecnologia de modelagem acústica para informar o
contexto e
a direção à pessoa com visão reduzida.
"A tecnologia de modelagem acústica desenvolvida e usada pelos
engenheiros acústicos da Arup em seu SoundLab é importante para os
cegos, que escutam o
espaço para reconhecer onde estão e o que procuram."
4. Mas o arquitetos não deveriam depender apenas da tecnologia quando se
trata de projetar para os cegos, já que a informação multissensorial é
igualmente
importante.
"É preciso haver informação multissensorial o bastante, sob a forma de
marcos ambientais e pistas, que podem então ser espacialmente
relacionadas na forma
de informação direcional gerada através de tecnologias de sinalização.
Arquitetos precisam ser melhores placemakers multissensoriais para
projetar e criar
ambientes convenientes para os cegos e deficientes visuais - o que, por
sua vez, tornará esses espaços mais convenientes e agradáveis para todos".
Fonte: Archdaily
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