segunda-feira, 10 de agosto de 2015
BEmpregadores afirmam que maior dificuldade para inclusão ainda é a acessibilidade
Cerca de 23,9% dos brasileiros se auto declaram deficientes, são dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No estado da
Bahia, 23%
da população declara-se portadora de alguma deficiência.
Além disso, números do Censo de 2010, mostram que 23,6% da população
ocupada têm alguma deficiência investigada – visual, auditiva, motora e
cognitiva
– o que significa 20,3 milhões do total de 86,3 milhões de pessoas ocupadas.
Além disso, ainda segundo o IBGE, a condição de deficiência como fator
limitante à inserção no mercado de trabalho atinge mais a população
feminina do
que a masculina, sendo a taxa de atividade de 60,3% para os homens
contra 41,7% para as mulheres com pelo menos uma deficiência.
Em relação à taxa de atividade por tipo de deficiência, a deficiência
mental foi a que mais limitou a inserção no mercado de trabalho, tanto
para homens
como para mulheres (22,2% e 16,1%, respectivamente) e a deficiência
visual foi a que menos influenciou na taxa de atividade, com 63,7% para
os homens e
43,9% para as mulheres.
Para regularizar e oferecer condições adequadas de trabalho, além de
proporcionar inclusão social para essa parte da população, foi criada em
1991, a chamada
Lei de Cotas, que determina que empresas com mais de 100 empregados
reservem de 2% a 5% do número de postos de trabalho para pessoas com
alguma deficiência.
Esse ano, a norma completou 24 anos e foi comemorada nessa sexta
(31.08), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia, através do
seminário: 24
Anos da Lei de Cotas – Avanços e desafios na inclusão da pessoa com
deficiência no mundo do trabalho, no auditório da sede do MPT, no
Corredor da Vitória,
em Salvador.
“O Ministério Publico e do trabalho e emprego seguem acompanhando essa
lei, visitando as empresas, fazendo fiscalização, autuam as empresas que
não estão
cumprindo e a partir daí fazemos o processo de investigação, chamamos as
empresas para conversar, vemos qual a dificuldade que a empresa tem em
cumprir
a norma para que possamos ajudar. Nossa função é ajudar e orientar as
empresas para que elas possam cumprir a lei. Se as empresas não tiverem
interesse
ou realmente não quiserem, não nos resta outra saída a não ser ajuizar
uma ação civil - publica para que ela seja condenada a cumprir,” contou
a procuradora
do trabalho, Flávia Vilas Boas.
De acordo com a procuradora do trabalho, as maiores dificuldades ainda
enfrentadas são as de acessibilidade e de inclusão dos deficientes.
“A questão da acessibilidade ainda é um problema muito grande. As
empresas têm dificuldade de adaptarem seus prédios para pessoas com
deficiência físicas,
existem também barreiras de comunicação, funcionários com deficiência
auditiva que não conseguem se comunicar, por que não tem ninguém na
empresa que fale
libras. Problemas atitudinais , o próprio comportamento das corporações
e dos empregados contra aquele deficiente. Precisamos realmente tem uma
mudança
de postura, de comportamento, para que essas pessoas sejam realmente
incluídas e não só inseridas,” explicou.
Segundo Vilas Boas, também existem motivos para comemorar, a exemplo do
novo código civil. “A nova lei já é um avanço que traz uma mudança
significativa
para o mundo jurídico, inclusive no código civil, já que ela muda o
conceito de pessoa com deficiência. O conceito antes era de que pessoa
com deficiência
era invalida e incapaz, hoje a pessoa com deficiência é vista como
capaz, e além disso, os com enfermidades e deficiências mentais deixam
de ser considerados
incapaz. Além disso, ela permite que a empresa faça a adaptação da
pessoa com deficiência no seu próprio ambiente de trabalho. Antes, a lei
de cotas exigia
a contratação de pessoas habilitadas ou reabilitadas pelo INSS e as
empresas reclamam que não acham esses funcionários para contratar.
Esperamos que agora
tudo seja cumprido da forma que deve ser e que tenhamos um grande
passo,” pontou a promotora.
Com Informações da Tribuna da Bahia
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