quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Agosto, mês do... olho seco e da conjuntivite
Em São Paulo é possível ver uma camada escura bem perto do chão. É a poluição, que fica concentrada por causa da falta de chuvas
Agosto é um dos meses mais secos do ano, e a umidade do ar está bem abaixo do índice considerado normal em vários estados. Outra característica dessa época
é a grande variação de temperatura em um mesmo dia.
Nestes primeiros dias do mês, a umidade relativa do ar no DF, por exemplo, girou em torno de 20%. Por isso, o Governo do Distrito Federal decretou estado
de atenção. O problema da estiagem traz uma complicação: a conjuntivite, consequência da inflamação da conjuntiva, uma fina membrana transparente que
reveste o globo ocular e o interior das pálpebras.
Existem três formas de conjuntivite: as virais, as bacterianas e as alérgicas. A conjuntivite viral, forma diagnosticada com maior frequência, é causada
pelo mesmo vírus que provoca o resfriado comum. Assim como um resfriado que se espalha rápido, esta forma de conjuntivite também é altamente contagiosa.
Segundo o dr. Sérgio Kniggendorf, retinólogo do Hospital Oftamológico de Brasília (
HOB),
é preciso também ter atenção redobrada com as crianças pequenas, que normalmente espirram e colocam as mãos na frente do nariz e da boca e, em seguida,
coçam os olhos. “Dessa forma, o vírus do resfriado entra em contato com os olhos e desencadeia a conjuntivite", ressalta ele.
O processo de cura da conjuntivite viral é demorado e exige mais cuidados. “O vírus tem um ciclo próprio, normalmente de sete dias, e o tratamento nos
casos de conjuntivite viral buscam aliviar os sintomas até que esse ciclo tenha fim. Entre as medidas que podem trazer alívio estão a compressa de água
gelada, a higienização dos olhos com soro fisiológico e, eventualmente, a indicação de colírios de lágrima artificial”, explica o especialista.
Algumas vezes, dependendo do tipo de vírus, depois do quarto ou quinto dia de evolução da conjuntivite viral, surge uma membrana interna nas pálpebras,
configurando a fase aguda da infecção. “Esse quadro causa um inchaço na região palpebral e a conjuntivite só começa a apresentar melhora depois que o médico
retira essa membrana. Nesses casos, o tempo de cura leva em torno de 30 dias”, completa o dr Kniggendorf.
A baixa umidade do ar também pode causar desconforto na garganta, nariz e olhos. Uma das medidas paliativas para a irritação nos olhos é o uso dos colírios
lubrificantes, popularmente chamados de lágrimas artificiais. Apesar de ser vendido sem receita, a utilização de colírios exige cuidados, já que não podem
ser aplicados indiscriminadamente.
“Esses medicamentos oferecem alívio à sensação de areia nos olhos, ardência, vermelhidão, pálpebras pesadas... O que sabemos é que essas lágrimas artificiais
possuem conservantes em sua fórmula, tal como o cloreto de benzalcônio, e é por essa razão que recomendamos a utilização dos mesmos no máximo seis vezes
ao dia. Acima disso, os conservantes podem ser tóxicos para a superfície ocular e causar desconforto, mas sem afetar a secreção basal lacrimal. Nos casos
mais graves indicamos colírios sem conservantes, que agridem menos a superfície ocular e podem ser utilizados mais vezes ao dia, ou géis oculares, que
a protegem por mais tempo”, explica dr. Marcelo Taveira, também do HOB.
Pessoas que ficam expostas a fumaça, ar condicionado e poeira por longos períodos taAgosto, mês do... olho seco e da conjuntivite
mbém podem se utilizar deste recurso, pois como o Ph é semelhante ao
da lágrima natural (7,4) ele combate a baixa lubrificação ocular, traz mais conforto à vista e ainda evita inflamações na conjuntiva (conjuntivite) e na
córnea (ceratite).
O médico alerta, entretanto, que ao sentir ardência e vermelhidão nos olhos deve-se procurar primeiro o oftalmologista para uma avaliação de superfície
ocular e das pálpebras. “Às vezes o paciente acha que está apenas com o olho seco e na verdade ele desenvolveu uma alergia ou possui uma inflamação, como
a blefarite (inflamação nas bordas das pálpebras) ou a meibomite (inflamação semelhante a um terçol). Só um especialista pode diagnosticar corretamente
e receitar o tratamento adequado”, acrescenta.
(Fonte: Tríplice Comunicação)
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