Aalegria, o colorido e o som são os mesmos das agremiações tradicionais do carnaval. Destinados a acabar com o preconceito e a discriminação, parentes
e amigos de pessoas com deficiência encontraram nos blocos inclusivos um caminho para a mudança. O grupo de dança e percussão da Unidade de Cuidados Integrais
à Saúde Guilherme Abath é um exemplo. Formado por pacientes do SUS, o bloco desfila no Recife Antigo no período pré-carnavalesco. A saída será na quarta-feira
(7 de fevereiro), às 15h, da Praça do Arsenal. Trinta percussionistas irão animar os foliões.
O grupo usa a arte o ano inteiro para alcançar a melhoria da qualidade de vida dos integrantes, através de jogos, dinâmicas, construções e reconstruções
musicais, consciência corporal e rítmica, e socialização. Além disso, mantém um bloco de percussão fundado em 2006 e já faz parte do calendário festivo
da prefeitura. “Temos uma escola de dança e de percussão que funciona três vezes por semana, onde os participantes ensaiam. Os integrantes são pacientes
em tratamento contra o diabetes e hipertensão, além de doentes crônicos. No carnaval, o bloco vai para a rua e leva muita alegria a todos os participantes”,
conta Vera Macedo, gerente do Guilherme Abath.
Também pensando na inclusão das pessoas, o bloco Eu Quero Pepitar, da Clínica Pepita Duran, que existe há nove anos, promete muita diversão. O maracatu
formado por pessoas atendidas pela Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (Apabb) e o
Maracatu Paranambuca (que desfilará com cerca de 100 integrantes sob o comando do mestre Fernando Ribeiro) serão as atrações. Pacientes da clínica e seus
familiares vestirão fantasias e adereços para cairem na folia. A festa será neste domingo, às 15h. A concentração acontecerá na Avenida Alfredo Lisboa
e o bloco seguirá para o Marco Zero.
“Muitas famílias comentavam que não tinham coragem de sair no carnaval, porque a inclusão e acessibilidade eram pontos pouco valorizados na festa, além
das muitas barreiras atitudinais. Juntos, ficamos fortes, somos muitos e corajosos e valorizamos as diferenças”, destaca a fisioterapeuta Pepita. Com o
tema “Inclusão? Tô dentro!”, o bloco ganhará as ruas com uma campanha. O valor arrecadado com a venda de camisetas e patrocínio será revertido para o tratamento
e a inclusão des pessoas com deficiência no tratamento de equoterapia (terapia com cavalo).
Outro grupo que estará no carnaval é o Inclusão Cia de Dança, companhia profissional de frevo formada por pessoas com deficiência. O professor Wellington
Fidélis está à frente das turmas inclusivas da Escola de Frevo do Recife. “Dou aulas de frevo a 12 crianças deficientes. Sempre estimulo a participação
delas em concursos de passistas e de rei e rainha do carnaval. Precisam de mais atenção e dedicação para aprender. São criativos e amorosos. Quero que
a sociedade enxergue elas artisticamente e o carnaval é uma vitrine para mostrar esses talentos”, diz Wellington. Os dias das apresentações ainda não foram
divulgados.
fonte Diario de Pernambuco
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