Elevador da FMU vive quebrado e aluna enfrenta problemas há 2 anos. 'Isso me desanima muito', diz.
Por Luis Ottoni*, G1 SP
A estudante de artes visuais da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) - Liberdade, Paloma Barbosa, 23, enfrenta a mesma incerteza há dois anos: não sabe
se conseguirá chegar e sair da sala de aula sem o auxílio dos colegas ou do Corpo de Bombeiros. Por ser cadeirante, Paloma depende de um elevador que,
de acordo com ela, "está sempre quebrado".
Na última quinta-feira (10), ao sair da sala de aula, a jovem precisou ser carregada pelo Corpo de Bombeiros do 1º andar ao térreo do prédio. A situação
vem se repetindo desde que começou a ter aulas em um laboratório de cerâmica, o qual a Instituição não consegue remanejar para outro local por conta dos
equipamentos. "Isso me desanima muito em ir para Faculdade. Já vou pensando no stress que posso passar, pensando se o elevador estará funcionando", lamenta.
Em nota, a FMU informou que "sente muito pela situação acontecida com a estudante Paloma Barbosa na quinta-feira (10), quando o elevador de acesso aos
andares, que é de uso comum, quebrou no momento da saída dos alunos, tendo sido necessário acionar o bombeiro para transportar a estudante em segurança."
Ainda segundo o documento, a instituição afirma que conhece de perto do caso da aluna e "inclusive já realizamos adequações no prédio em que ela estuda,
a fim de facilitar seu acesso, mas infelizmente aconteceu este episódio nesta semana, que já foi solucionado com a ação imediata da equipe de manutenção."
A aluna Paloma Barbosa em frente ao elevador quebrado (à esquerda), precisou ser carregada por um bombeiro até a classe onde teria aula (Foto: Paloma Barbosa/VC
no SP)
No vídeo enviado ao G1, a jovem aparece chorando após ser carregada pelo Corpo de Bombeiros, uma situação em que diz ter se sentido "incapaz". "Me senti
horrível porque a sala é no primeiro andar. Isso me fez pensar como seria tão mais fácil se eu só pudesse conseguir descer a escada. E eu não deveria ter
que me sentir assim", disse.
Ao procurar a Instituição, Paloma recebe a promessa de que o problema será resolvido, mas a resposta é sempre a mesma: "o problema pertence a instâncias
superiores", disse.
Paloma explica ainda que o único acesso disponível às salas é uma rampa de acesso "muito íngreme". "Quando comecei a estudar na FMU, ainda usava muletas
e já reclamava à instituição que o elevador não funcionava e tinha que subir a rampa. Tinha muita dificuldade. Quando me tornei cadeirante, a situação
piorou", explica.
Apesar das dificuldades, a jovem não cogita deixar de estudar na Instituição."Sei que conseguir estudar é um privilégio que muitas pessoas com deficiência
não têm. Então ocupar aquele espaço é muito importante pra mim porque deveria ser um direito para todo mundo", afirma.
*Sob supervisão de Paulo Guilherme
fonte g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário