terça-feira, 11 de abril de 2017
Professora adapta aula de anatomia para aluna com deficiência visual
A imagem está no formato retangular na horizontal. Nela contém Imagens de livro de anatomia em cima de uma mesa branca, que foram impressas e montadas
em placas que receberam cola quente e tecidos de diversas texturas. Fim da descrição.
Foto: Marcos Santos/USP
Vitória Maria Souza Costa, hoje com 18 anos, perdeu a visão antes de completar dois anos de idade, devido a um tumor maligno na retina. Ela cursa Terapia
Ocupacional na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), após consultar os alunos que já cursaram a disciplina de Neuroanatomia Humana, ficou preocupada: diziam
que era difícil e que dependia muito da observação e diferenciação das estruturas a partir de suas cores e aspecto.
Mas já no primeiro dia de aula, encontrou a professora Luciane Valéria, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, que se disponibilizou a tornar
o seu aprendizado mais acessível. “Ela ampliou as lâminas que os alunos olham, colocou numa placa e fez relevo nos contornos, com cola quente e tecido.
Pude perceber, por exemplo, a diferença entre as vértebras, a cervical, lombar, enfim, todas elas. E ela foi adaptando outros materiais ao longo da disciplina”,
conta Vitória.
A professora Luciane já deu aulas para um aluno com deficiência visual anteriormente. “Foram necessárias poucas adaptações, pois era uma deficiência parcial,
mas isso já me despertou para uma necessidade futura, já que alunos com outras necessidades também poderiam cursar a disciplina”, relata.
A imagem está no formato retangular na horizontal. Nela contém a professora Luciane, com um avental branco e luvas brancas dentro de um laboratório, manuseando
peças que permitiram o aprendizado e envolvimento de uma aluna com deficiência visual. Fim da descrição.
Foto: Marcos Santos/USP
Vitória conseguiu cursar com bom aproveitamento a disciplina de Neuroanatomia, e realizou a prova prática, além da prova teórica, assim como todos os alunos.
Mas os desafios na USP ainda são muitos, seja em outras aulas ou no dia a dia dentro da Cidade Universitária. “Nas aulas, eu peço aos professores que leiam
o conteúdo, caso estejam passando slides. No caso de textos, muitas vezes recebemos páginas escaneadas, então eu pergunto se há uma outra versão em texto,
para que eu possa transformar em áudio”, relata.
Segundo a estudante, a maior parte dos docentes aceitam suas sugestões e estão dispostos a pensar em meios para que ela possa cursar a Universidade sem
problemas. “E do mesmo modo como isso é novo para eles, é novo para mim. Muitos perguntam: ‘o que você precisa?’ É difícil responder porque as necessidades
vão aparecendo no dia a dia.”
fonte revista incluir
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