domingo, 23 de abril de 2017

Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência conta com equipe especializada e já lavrou mais de 10 mil B.O.s

Por Nathaly Cristine Rigo** MATÉRIA DO MÊS - MARÇO 2017 Em 2014, o Estado de São Paulo deu um salto positivo no atendimento às pessoas com deficiência, quando lançou a primeira Delegacia de Polícia especializada no tema. Foram registrados no estado de São Paulo, em 2016, 10.724 Boletins de Ocorrência envolvendo 10.920 vítimas com algum tipo de deficiência, número 28,8% menor de boletins comparados ao ano de 2015. A redução das estatísticas nem sempre revelam proporcional redução da violência, mas sim refere-se tão somente ao registro formal das ocorrências. Fachada da 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo Resultado da parceria da Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência de São Paulo e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência opera em um sistema diferenciado, com equipe mista de policiais e um Centro de Apoio integrado com equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, psicólogos, intérpretes de Libras e sociólogos. Além de prestar o atendimento ao público que procura a Delegacia, o Centro de Apoio faz o acompanhamento do caso e realiza, quando necessário, encaminhamentos para outros serviços. Só no ano de 2016, foram realizados 924 atendimentos da equipe multidisciplinar, além de encaminhamento de 149 usuários a diversos serviços de utilidade pública. De acordo com a coordenadora da equipe do Centro de Apoio, Rosália Peres Gonçalves, há uma grande procura do público com deficiência auditiva ao serviço. “Aqui eles encontram amparo, há profissionais que conversam com eles de igual para igual, que são os intérpretes de Libras. Eles procuram a Delegacia para algumas soluções, não só para fazer Boletim de Ocorrência mas também para traduzir um texto, ler uma carta que eles receberam, então nós conseguimos conversar com eles e encaminhá-los,” disse. A Delegacia de Polícia tem como titular a Delegada Samanta Rihbani Conti. Ela ressalta a importância do atendimento realizado. “A equipe do Centro de Apoio tem acesso a toda a rede de assistência social da cidade. Às vezes, eles precisam de atendimento médico ou atendimento psiquiátrico, por exemplo, e o Centro de Apoio faz esse meio campo”. A Delegada Samanta Rihbani Conti é a titular da Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência No ano de 2016, a Delegacia realizou 66 visitas domiciliares para melhor compreensão da dinâmica familiar e sociais do atendido, foram realizadas também 40 visitas compartilhadas com a equipe policial para acompanhamento de casos com Inquéritos Policiais e denúncias recebidas pelo Disque Denúncia. A maior parte das vítimas com deficiência do Estado de São Paulo é formada por deficiência física (45,7%), seguida pela deficiência intelectual (23%) e auditiva (13,2%), mas a predominãncia na Delegacia de Polícia é de pessoas com defiicência auditiva. As principais denúncias criminais feitas na Delegacia são furto (11,6%), ameaça (11,5%), roubo (11,3%) e lesão corporal (8,5%). “Atendemos um grande número de surdos até pela dificuldade de comunicação, mas no Estado de São Paulo a maior parte das pessoas com deficiência que procura a delegacia têm deficiência física, mas na Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência se concentra principalmente a população surda. Os atendimentos são formados pelos mais variados casos desde os crimes patrimoniais, lesões corporais, ameaças, injúrias, ofensa em razão da deficiência e até crimes sexuais”, disse a delegada Samanta. Atendida pela Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência, Ana* tem deficiência auditiva e sofria agressões do seu marido; ela buscou atendimento em uma delegacia comum, mas não conseguiu pela dificuldade de comunicação. “Foi muito difícil, não tinha comunicação, acabei não sendo atendida, eu desisti do atendimento e fui para casa. Quando minha amiga disse que tinha uma Delegacia para pessoas com deficiência, eu acabei indo lá e gostando muito, aproveitei o momento de ter o intérprete para fazer todas as perguntas”. Ela acabou se separando do seu marido. Para melhor atendimento e orientação de toda a rede, a equipe policial da Delegacia, junto com a equipe multidisciplinar, realiza inúmeros treinamentos por meio do Acadepol, para novos policiais. Cerca de 1.300 agentes já passaram pelo curso. Os treinamentos buscam sensibilizar sobre a causa das pessoas com deficiência. A Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência recebe denúncias pelo serviço de Disque 100, serviço da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, destinado a receber demandas relativas a violações de direitos humanos e pelos Boletins de Ocorrência. Atualmente o estado de São Paulo conta com 9,3 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo o Censo IBGE/2010. SERVIÇO Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência – DPPD Horário de atendimento: segunda a sexta-feira – 9h às 18h Endereço: Rua Brigadeiro Tobias, 527 – térreo (próximo à estação Luz do metrô - linhas Amarela e Azul) E-mail: violenciaedeficiencia@sedpcd.sp.gov.br Telefone: (11) 3311.3380 / 3311.3383 / 3311.3381 *Ana - nome fictício para preservação de identidade. ** Nathaly Cristine Rigo - da equipe da Assessoria de Comunicação Institucional da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Governo do Estado de São Paulo fonte secretaria dos direitos da pessoa com deficiencia

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