sexta-feira, 28 de abril de 2017

#PraCegoVer: muito mais que uma descrição, uma hashtag pela acessibilidade

Prefeitura de São Paulo passa a adotar a hashtag nas suas publicações das redes sociais Na última quarta-feira, 19 de abril, a página oficial da Prefeitura de São Paulo no Facebook aderiu a hashtag PraCegoVer (#PraCegoVer), campanha online nacionalmente conhecida que dissemina a cultura da acessibilidade nas redes sociais com foco nas pessoas com deficiência visual. Cegos ou pessoas com baixa visão utilizam computadores e smartphones via softwares de acessibilidades, chamados Leitores de Tela. Estes programas reconhecem o material textual na tela em que se está navegando e o transforma em áudio, por meio de vozes sintetizadas. Porém, esta ferramenta não descreve arquivos em formatos de imagem, como JPEG e PNG, por exemplo, tornando o conteúdo inacessível para mais de 2.7 milhões de munícipes da capital paulista. Uma maneira de viabilizar a acessibilidade de imagens, tirinhas e gifs é descrevê-las na postagem, de forma direta e sem interpretação do conteúdo. Com este intuito de difundir a informação para todas as pessoas, principalmente para as pessoas com deficiência visual, a professora especialista em Educação Especial, Patrícia Braille, criou a #PraCegoVer. A docente contou que a ideia da hashtag surgiu pela necessidade de se comunicar com os colegas nas redes sociais: “Tenho muitos amigos cegos. Quando aderi ao Facebook, eles me adicionaram, então eu não me permitia postar fotos sem descrever, como já fazia em meu blog. Até que em 2012, na data de aniversário do criador do Sistema Braille, Louis Braille, organizei um evento virtual chamado ‘Pra Cego Ver’, convocando pessoas a experimentarem descrever para um cego. Foi um sucesso!”, explicou. Patrícia ainda destacou a interação que a campanha proporcionou: “A hashtag em si tem a função de qualquer outra: agrupar conteúdo. No caso específico de ‘#PraCegoVer’ tem o adicional de indicar a quem se destina o projeto: aos cegos e aos videntes, permitindo contato com igualdade nas redes sociais”, falou a docente ressaltando que a internet é uma ferramenta poderosa de inclusão social, mas ainda fazemos um uso muito restrito dela. A Prefeitura de São Paulo já adotou esta ideia, assim como a Secretaria Municipal da Educação, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e marcas renomadas. Unindo forças, a acessibilidade será possível em todos os âmbitos. Faça parte! Segundo dados do IBGE 2010, na cidade de São Paulo existem 2.759.004 pessoas que declararam ter alguma deficiência, sendo a maior delas com deficiência visual, com 2.274.466 pessoas. Destas 53.068 não conseguem enxergar de modo algum. Dicas para fazer descrição de imagens: 1- Descreva o que você vê na imagem, sem julgamentos ou opiniões. 2- Seja objetivo na descrição. Diga o suficiente para que a ideia geral seja transmitida. 3- Em caso de memes, cujo intuito é, na maioria das vezes, cômico, a descrição também pode ser cômica, contanto que não confunda o leitor. 4- Sinalize, antes da descrição, com alguma palavra ou expressão que mostre que a imagem será descrita. Assim, além de ser acessível, esta atitude será educativa para quem nunca pensou sobre o assunto. fonte s m p e d

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