sábado, 29 de abril de 2017

Horizonte ampliado: a necessidade de acessibilidade digital para deficientes auditivos

A internet é uma fonte de conhecimento, entretenimento, relacionamento e muito mais. Ela realmente expandiu os horizontes para toda a população global, e apesar dos nossos problemas de conexão, o Brasil também está nesse universo expandido que é a globalização digital. Entretanto, há uma grande parcela da população que é privada disso devido a problemas envolvendo a deficiência auditiva. Atualmente se estima que um em cada quatro brasileiros possua algum tipo de deficiência. Quando nos focamos em apenas uma dessas deficiências, a surdez, podemos arredondar o número para 10 milhões de cidadãos com algum grau de perda auditiva. O que a maioria das pessoas não sabe é que a surdez afeta também a compreensão da língua portuguesa. O Censo do IBGE de 2010 estimou que 70% dos deficientes auditivos, 7 milhões de brasileiros, não conseguem lidar bem nosso idioma, isso ocorre por diversos motivos, porém, um dos principais é que o português brasileiro é uma língua bastante fonética, e o aprendizado durante a alfabetização está muito ligado aos sons. Portanto, adaptar conteúdo online com legenda não é necessariamente o caminho ideal para a inclusão dessas pessoas. Apesar da Lei Brasileira de Inclusão ter entrado em vigor em janeiro de 2016, não são todos os sites que são acessíveis ainda. Para esses milhões de brasileiro, o mundo ainda é off-line. Existem alguns iniciativas que estão buscando essa equidade. A L’Oréal, multinacional de cosméticos e beleza, é uma delas. O ponto inicial dessa jornada é o projeto do portal Voz da Beleza, concebido para ser a plataforma de SAC do grupo L’Oréal para os consumidores brasileiros. Como o foco do projeto era entregar a todos os consumidores, informações completas sobre os produtos de todas as marcas. A ideia de construir um site acessível passou a fazer todo o sentido. A CRP Mango, empresa especialista em marketing digital, esteve à frente do projeto e cuidou para que o portal fosse amigável ao público deficiente auditivo, utilizando a ferramenta Hand Talk como base. A aplicação é um tradutor automático de texto em Libras, a linguagem brasileira de sinais. O portal nasceu com essa iniciativa, visando não só cumprir a lei, mas também incluir aqueles que muitas vezes eram excluídos. Em pouco tempo, a solução passou a ser aplicada para todos os sites brasileiros do grupo. A iniciativa foi tão bem recebida que acabou reconhecida pela matriz, chegando a ser destaque em publicações da imprensa francesa. Meses depois 97% das páginas da empresa já estão adaptadas, incluindo e-commerce. A iniciativa foi a primeira do gênero, e foi apresentada ao Grupo em outubro, durante a edição de 2016 dos Troféus para Iniciativas de Incapacidade. Além da tradução para Libras, muitos sites da marca já são compatíveis com ferramentas para deficientes visuais, além de serem parcialmente navegados com o teclado. Muitas outras marcas já estão correndo atrás de realizar esse processo, não só por demanda legal, mas por que vivemos em uma época de inclusão, onde problemas e erros passados são opbservados, corrigidos e op que se busca é mais bem estar social aliado à tecnologia. Esse caso foi apenas um exemplo de um projeto em que tive o privilégio de trabalhar. Vivemos em uma era digital, mas não para todos. A acessbilidade é essencial para que se guie o futuro da sociedade para um local onde mais vozes sejam ouvidas. O século XXI é o tempo do crescimento através da cooperatividade, da observância da moral e do bem estar. Com a dignidade humana respeitada, mais se multiplica o acesso ao conhecimento, mais ele se espalha e maior é o progresso. A acessibilidade não é só para incluir, é para ampliar. Diego Puerta é formado em Sistemas de Informação, especialista em marketing digital, e Diretor da CRP Mango. Sobre a CRP Mango: http://crpmango.com.br / contato@crpmango.com.br / (11) 3424-3250. Fonte: site SEGS por Informa Mídia Comunicação com foto da internet.

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