terça-feira, 15 de agosto de 2017

Governo acha irregularidade em 60 mil benefícios assistenciais

MAELI PRADO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em busca de receitas e maior eficiência nos programas sociais, o governo deu início a um primeiro pente fino no

BPC (Benefício de Prestação Continuada), direcionado a idosos e deficientes de baixíssima renda, e encontrou 60 mil benefícios irregulares. Os cancelamentos

gerarão uma economia inicial estimada em R$ 670 milhões. O Ministério do Desenvolvimento Social encontrou 17 mil pagamentos a pessoas que já morreram.

Esses casos totalizam R$ 190 milhões por ano e já foram cancelados.

Em outro cruzamento de dados, foram identificadas 43 mil pessoas que recebem o recurso mesmo possuindo renda maior que o valor fixado para entrar no programa.

Uma redução ainda maior de custos é esperada em 2018, quando peritos verificarão in loco as condições físicas e de moradia dos beneficiários. Pelas regras,

têm direito a um salário mínimo deficientes incapacitados e pessoas acima de 65 anos, nos dois casos com renda familiar inferior a um quarto do piso. O

programa, que atende hoje a 2,48 milhões de deficientes e 1,99 milhão de idosos e custa R$ 50 bilhões, não era revisado desde 2008. As fiscalizações que

vêm sendo realizadas em programas como auxílio-doença, Bolsa Família e aposentadoria por invalidez são consideradas pelo Ministério do Planejamento uma

das fontes de receita para ajudar no cumprimento da meta fiscal. Essas varreduras, que geraram uma receita adicional superior a R$ 7 bilhões neste ano,

chegaram ao BPC. Entre julho e agosto, o Ministério do Desenvolvimento Social enviou cartas aos favorecidos pedindo que atualizem seus cadastros. A expectativa

é que até novembro R$ 480 milhões em incentivos sejam cancelados. "As revisões têm como objetivo dar mais eficiência ao gasto social, que cresceu muito

nos últimos anos sem revisões aprofundadas

. Há casos em que a doença não é incapacitante, e em que o usuário na verdade é candidato ao Bolsa Família, não ao BPC", diz o secretário executivo da

pasta, Alberto Beltrame. A diferença para as contas públicas é grande. O Bolsa Família paga, em média, R$ 181. O BPC concede R$ 937. O Desenvolvimento

Social aguarda o fim do pente fino do auxílio-doença para dar início à etapa mais aprofundada de revisão no BPC. "Estamos nos organizando para racionalizar

as visitas, focando somente nos casos em que é mais provável que a situação tenha mudado desde a concessão do benefício." As visitas vão avaliar não somente

as condições financeiras do beneficiário, mas também sua situação social -moradia, transporte e oportunidades de trabalho. "Ser cadeirante em São Paulo

é diferente de ser cadeirante no interior da Paraíba. São essas diferenças que a checagem também vai abordar", disse Beltrame.

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