segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Núcleo da Ufal busca garantir direito à educação para alunos com deficiência

Atendimento do NAC é feito a partir da procura voluntária dos estudantes.
Por Derek Gustavo, G1 AL
Entrar e depois se manter na universidade é uma batalha cheia de obstáculos para qualquer estudante. E para aqueles que têm algum tipo de deficiência,

a luta pode ser ainda maior.

Para garantir o direito à educação desses estudantes e dar meios para que eles consigam concluir o ensino superior, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal)

criou um Núcleo de Acessiblidade (NAC).

O NAC funciona desde 2012 e neste ano passou a ter uma sala própria, no Centro de Interesse Comunitário (CIC).

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“A ideia é criar condições para que pessoas com deficiência permaneçam na universidade. A gente aqui trabalha sensibilizando a comunidade acadêmica e oferecendo

atendimento especializado”, explica Neiza Fumes, coordenadora do NAC.
fim da citação

Ainda segundo Neiza, o atendimento no núcleo é feito a partir da procura voluntária dos estudantes com deficiência. O serviço que será destinado a cada

um é decidido após uma avaliação de cada caso.

“Trabalhamos com a intermediação desse aluno com os professores, na produção de materiais, leitura de provas, avaliação da necessidade arquitetônica no

campus, definindo caminhos e apontando barreiras que estejam presentes. Também fazemos acompanhamento nas aulas, transmissão pela internet, além de auxiliar

no trajeto até a universidade e aqui dentro também”, afirma a coordenadora do núcleo.

“A ideia é criar condições para que pessoas com deficiência permaneçam na universidade
A maioria do estudantes atendidos no NAC é cego ou possui algum tipo de deficiência visual. O atendimento a esse público é orientado pelo Jean Bernardo,

que é técnico e cego.

“Eu trabalho principalmente com a impressão de materiais em braile, mas aqui a gente faz também a adaptação de texto com fonte ampliada e para áudio. O

processo para esse último leva pelo menos 4 dias, isso se o texto estiver em boas condições, porque exige escanear, corrigir, passar para o programa de

computador que vai incluir as vozes, incluir sons diferentes para os títulos. É um processo trabalhoso”, diz Jean.

Jean também explica que, apesar da demanda do núcleo ser espontânea, de tempos em tempos a equipe procura as coordenações dos cursos para saber se houve

entrada de novos alunos com deficiência.

“Caso haja alguma pessoa nessas condições, ela é orientada que pode procurar a gente. Aí, se, por exemplo, o aluno precisar de material ampliado, a gente

produz. Mas às vezes ele precisa de acompanhamento em sala, caso não possa anotar ou participar das partes práticas das aulas”, afirma o técnico.

O núcleo também atende a pessoas com deficiências temporárias. Jean relembra o caso de um estudante que não era deficiente, mas sofreu um acidente e não

podia escrever por alguns dias. “Ele tinha prova, então mandamos um bolsista fazer a prova com ele”.

O técnico Jean revisa o material que é produzido a partir da impressora braile (Foto: Derek Gustavo/G1)
As ações do núcleo contam com o apoio de bolsistas, como é o caso da Maria Quitéria. Quando a reportagem do G1 visitou o local, ela estava ampliando a

fonte de um texto para um estudante com deficiência visual.

“Nós aqui fazemos parte da vida do aluno. Tentamos oferecer um meio para que o aluno venha a desenvolver suas atividades acadêmicas da melhor forma. É

um direito que o aluno tem, e a universidade tem que dar esse suporte. Esse é um trabalho que traz satisfação”, afirma a bolsista.

A coordenadora do núcleo concorda com Quitéria. “É uma pequena ação que a universidade está fazendo para garantir os direitos aos alunos com deficiência.

Temos um longo caminho pela frente, para ter acessibilidade na educação superior, mas já caminhamos muito. Vemos claramente o engajamento institucional,

o crescimento na oferta de serviços. É gratificante fazer parte disso”.

O NAC funciona no térreo do CIC, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. Os serviços oferecidos são gratuitos.

Bolsistas, como a Maria Quitéria, produzem textos em fonte ampliada para alunos com visão reduzida (Foto: Derek Gustavo/G1)
fonte g1

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