quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Deficientes denunciam falta de padronização de calçadas

Adefis denuncia não cumprimento do Código de Postura e cita uma calçada irregular na Travessa Luís Barbosa

A falta de padronização de calçadas de diversas ruas de Santarém gera críticas de deficientes físicos e visuais. Quem caminha em ruas do centro da cidade

e de bairros periféricos constata inúmeras calçadas construídas de forma irregulares e que desrespeitam o Código de Postura do Município de Santarém.

Entre os pontos críticos, uma calçada construída na Travessa Luís Barbosa, entre as avenidas Mendonça Furtado e São Sebastião, no bairro Laguinho, dificulta

a trafegabilidade de cadeirantes e deficientes visuais. A menos de 100 metros do local, uma mureta construída na Travessa Antônio Justa, quase esquina

com a Avenida Mendonça Furtado, no bairro Caranazal, virou motivo de denúncias de deficientes.

Pessoas sem deficiência também reclamam do problema. “Eu estava caminhando normalmente, quando fui atender o celular me distrai um pouco e tropecei nessa

mureta que fizeram de forma irregular na Antônio Justa. Machuquei dois dedos do pé direito. Agora imagine as dificuldades sofridas por uma pessoa com deficiência

para trafegar nessas ruas de Santarém, com essas calçadas construídas de forma que os donos de casas e de comércios bem entendem em fazer!”, exclamou a

universitária Katiane Silva.

Para a Associação dos Deficientes Físicos de Santarém (Adefis), o problema aumenta também quando os empresários usam as calçadas de suas lojas para fazerem

estacionamentos de seus clientes, causando transtornos aos usuários, que precisam delas, para exercer o deu direito de ir e vir.

A Adefis solicita apoio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DETRAN) e Polícia Militar,

para que possam ajudar a Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEMINFRA), no exercício da fiscalização, para que o Código de Postura do Município seja

de fato cumprido.

A Adefis sugere que esses órgãos possam usar o Poder de Polícia, “para penalizar aqueles que estão infringindo a lei”. De acordo com a Adefis, 90% das

calcadas em Santarém, estão sendo hoje, usadas para estacionamento de estabelecimentos comerciais, impedindo os pedestres de tê-las, como via de acesso.


Praças públicas também são citadas como problema. A principal reclamação é de que muitas praças não são adequadas para o acesso de cadeirantes ou deficientes

visuais, bem como a maioria das calçadas não são niveladas ou estão tomadas pelo mato.

Se para quem não possui problema nenhum de locomoção já é difícil, pior ainda é para os deficientes visuais. Andar por calçadas desniveladas, ou ser obrigado

a andar no meio da rua, são cenas comuns na cidade.

“Uma das maiores queixas dos cadeirantes são calçadas sem acesso, principalmente no comércio, há um pouco só na Lameira Bittencourt, quando tem, há carros

e mercadorias usando e atrapalhando o pouco que tem”, revelou o membro da Adefis, Claudionor Araújo.

Segundo a Adefis, existem em Santarém aproximadamente 678 deficientes físicos. A maioria relata os mesmos problemas. “Temos número significante de pessoas

com triciclo, entre outros. Quando são feitas rampas nas calçadas e praças, não obedecem ao padrão. Quando não, é alta e desnivelada”, reclamou Claudionor.


O que podemos notar é que essa classe é pouco olhada pelas autoridades públicas. Se não fosse a eficiência da Associação, que luta pelos interesses dessas

pessoas, muitos estariam sofrendo as consequências de serem portadores de deficiências.

Fonte: RG 15/O Impacto

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