terça-feira, 1 de setembro de 2015

Pais visuais, filhos cegos. Presença e disponibilidade 

O maior desafio com que se deparam os pais da criança cega é fazer com que ela conheça o mundo através da estimulação motora e sensorial As experiências da primeira infância são muito importantes para o desenvolvimento global e harmonioso de qualquer criança e, em particular, para o desenvolvimento da linguagem. Por isso, a presença dos pais e educadores nestes primeiros tempos promove a capacidade da criança para “ler o mundo”. Quando a criança não enxerga, a informação visual sobre o ambiente à sua volta e as pessoas que dele fazem parte se torna inacessível para ela e, assim, o maior desafio com que se deparam os pais desta criança é fazer com que ela conheça o mundo através da estimulação motora e sensorial. “Presença” e “disponibilidade” se tornam palavras-chave nestes primeiros momentos. Disponíveis para interagir com seus filhos e sabedores que o importante é o foco do que a criança tem e não no que lhe falta, os pais vão aprendendo a conhecê-la e se tornando capazes de lhe fornecer pistas importantes para a sua aprendizagem, que vão surgindo, naturalmente, a cada dia. Na hora do banho, espumas de diferentes aromas podem fazer da higiene um momento de diversão. Na hora da refeição, paladar, olfato e tato vão ajudar a identificar os diferentes alimentos. Na hora de dormir, canções de ninar irão ajudá-los a relaxar com o conforto das músicas que aos poucos se tornam familiares. No âmbito da aprendizagem, o momento de contar ou ler histórias representa uma excelente oportunidade não só de aprendizagem, mas também de bem-estar. Para a criança que não enxerga, ouvir histórias permite aceder através do estímulo que lhe é acessível - a voz dos pais -, a informações importantes, tais como rotinas, emoções e sentimentos. Se estimularmos simultaneamente os outros sentidos (tato, paladar, olfato), vamos facilitar e promover as oportunidades de descoberta e de compreensão do enredo da história e suas personagens, que na primeira infância retratam muitas vezes a vida familiar. Ao incluirmos algumas palavras em Braille estaremos preparando a futura aprendizagem das crianças cegas. Além disso, através das histórias, em particular quando são contadas, é possível trabalhar as expressões faciais ou até mesmo ajudar as crianças na execução de alguns movimentos, como bater palmas, rodar, andar, correr. Por tudo isto, as histórias infantis representam uma excelente oportunidade de diversão, interação, bem-estar e aprendizagem. (Fonte: Cuckoo)

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