sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Escola cria programa de inclusão para aluna deficiente visual
A Escola Municipal Helmuth Guilherme Duwe acaba de desenvolver um
projeto especial para inclusão e maior interação da aluna Bruna Machado,
15 anos, que
é deficiente visual, com a escola e alunos. Batizado com o nome “Quem
Sou”, a ação tem como principal objetivo mostrar possíveis dificuldades
que a aluna
possa ter, além de mobilizar professores, funcionários e alunos para
facilitar a adaptação de Bruna ao ambiente escolar e na comunidade em
que vive.
De acordo com a articuladora de projetos e tecnologia da Escola, Simone
Câmara Sacks, o projeto “Quem Sou” contempla diversas atividades que
envolvem os
alunos, para que estes possam ter contato com reais “dificuldades” de um
deficiente visual, em um ambiente escolar. “Teremos atividades para os
alunos
sentirem na pele tal dificuldade, como túnel sensorial, sala de
atividade com cheiros e sabores e também a presença de pessoas que irão
falar sobre a questão
da inclusão e acessibilidade”, explica.
Foto da aluna que é deficiente visual e será beneficiada com o projeto.
Ao lado dela estão duas professoras e a diretora da escola.
Já Bruna, matriculada na 5ª série, revela que tem como sonho aprender
informática. Para isso, a escola buscou oferecer as mesmas oportunidades
oferecidas
aos demais alunos. E para que sua casa fosse uma extensão desse esforço,
a direção da escola buscou a doação de um computador para uso pessoal da
aluna,
o que foi atendida na última semana, quando Bruna recebeu o computador
doado por um programa da Secretaria de Educação do Estado, coordenado
pelo professor
Ronaldo Coser.
“Acredito que são ações como essa que chamam a atenção para a
problemática e buscam um maior envolvimento da sociedade em relação à
vida e dificuldades
de pessoas com deficiência visual”, justifica Simone. O trabalho de
inclusão da aluna Bruna Machado teve início nas aulas de história,
quando a professora
Marciana Ludero realizou algumas atividades contemplando a história da
aluna de forma a conhecer seu passado, presente e expectativas quanto ao
seu futuro.
“A partir deste momento foi-se anexando as ações dos demais
professores e seus progressos em todas as áreas do conhecimento como
forma de entendermos o que ela está aprendendo e como está aprendendo,
considerando
suas limitações”, comenta Simone. “Como forma de conscientização para os
seus colegas sobre as dificuldades de alguém com necessidades especiais
teremos
alguns convidados e para que todos possam ter uma noção de como é seu
dia-a-dia convidaremos vocês para viver uma experiência onde vocês terão
situações
pelas quais a Bruna passa em seu cotidiano”, diz.
Quanto ao projeto e o trabalho da escola voltado para tornar a vida de
Bruna mais inclusiva, a diretora Mirtes Chiaroto considera todas as
dificuldades
do trabalho, na questão da adaptação e revela que os resultados já
aparecem. “Para o aluno é gratificante. Se hoje a Bruna elogia a escola,
é porque a
cada dia nós buscamos essa interação dos alunos com ela”.
A própria Bruna, que se mostrou bastante emocionada na homenagem que
recebeu, quando ganhou o computador com programas especiais, parceria
com a SDR, diz
que as aulas estão bem melhores. “Acho tudo muito legal e cheguei a
chorar quando cheguei a casa, lembrando de tudo que estão fazendo por
mim”. Bruna considera
ainda que as escolas que possuam alunos com seu perfil deveriam adotar o
programa para inclusão. “Facilita bastante o nosso dia a dia”, finaliza.
Fonte: site do jornal do Vale do Itapocu.
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