terça-feira, 20 de setembro de 2016

Paralimpíada se encerra como marco da inclusão social e luta contra o preconceito

Mesmo que ainda não seja o ideal, é perceptível que o mundo está mais inclusivo para as pessoas com deficiência, principalmente se compararmos os dias atuais a décadas passadas. Nos Jogos Paralímpicos no Rio, isso é até mais visível. No Parque Olímpico, por exemplo, crianças se divertem e assistem aos eventos como se eles estivessem na própria Olimpíada, sem nenhum tipo de preconceito. Nas arenas, o apoio aos competidores é incessante. O que a torcida vê são atletas de alto rendimento, mesmo que necessitem de alguma prótese, cadeira de rodas ou guia. Nesse sentido, a Paralimpíada que se encerra neste domingo atingiu plenamente seu objetivo: mostrar que, mesmo com diferenças, somos iguais. Num passado não muito distante, era comum o uso de termos pejorativos para tratar pessoas que nasceram com alguma deficiência ou que a adquiriram ao longo da vida, em função de acidentes ou doenças. Com educação, isso mudou. Os locais estão mais acessíveis, assim como a cabeça das pessoas. Durante a Paralimpíada, todos puderam ver nas mais de 300 sessões esportivas que um cego pode jogar futebol, que um amputado pode correr, nadar e andar de bicicleta, e que um cadeirante pode jogar basquete ou rúgbi. Isso é provavelmente o maior legado intangível que os Jogos Paralímpicos do Rio deixam para os brasileiros. “A Paralimpíada serviu para várias coisas. Uma delas foi tornar os atletas mais conhecidos e mudar a impressão de que o esporte paralímpico é só de participação. Aqui é alto rendimento, mesmo com as limitações de cada um. E também serviu para tirar o estigma e mostrar a capacidade do ser humano de se superar”, explica o nadador Carlos Farrenberg, que ganhou a prata nos 50m livre S13, para atletas com deficiência visual. Dentre os mais de dois milhões de torcedores que foram às arenas nos 11 dias de disputas, muitos aproveitaram para usar o evento para conscientizar os filhos pequenos. Foi o caso do empresário carioca Marcelo Urbano, que junto com a mulher, Carolina, levou os filhos Marcela, de 7 anos, Luca, de 6, e Antony, de apenas 1, para assistir às provas no Engenhão e no Parque Olímpico. “Queríamos que eles tivessem essa experiência, conhecessem o Parque e pudessem, principalmente, ver os atletas”, disse o empresário. “A Paralimpíada ajuda muito na conscientização. O Luca tinha um pouco de medo, ficava impressionado quando via alguém que não tinha uma perna ou braço. Nos Jogos, ele viu que é uma pessoa igual a ele. Fomos ver o atletismo e tinha atletas sem pernas correndo mais do que ele corre. Ele acabou tendo outra visão, que uma pessoa com deficiência pode ser um super-herói.” Já a historiadora aposentada Gloriete Pimentel, de 76 anos, lembra dos tempos difíceis para os deficientes. Da arquibancada do Engenhão, ela viu atletas se superando no atletismo. Mas disse que nem sempre foi assim. “Na minha juventude, no interior da Paraíba, as pessoas tinham vergonha de apresentar familiares com deficiência. Existia muito preconceito e eles ficavam escondidos nas casas. Hoje, há uma consciência na sociedade e cobrança nas autoridades para a inclusão dessas pessoas. Os deficientes estão menos dependentes e têm coragem para superar as dificuldades. Estamos vendo isso aqui na Paralimpíada”, contou. Fonte: istoe.com.br

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