segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A árdua tarefa de igualar os deficientes visuais nos torneios

Colocar em igualdade de disputa esportiva os atletas deficientes visuais dos Jogos Paralímpicos é uma tarefa árdua. Para isso, os classificadores visuais estabeleceram três níveis de cegueira que podem competir juntos ou separados de acordo com a modalidade. No Rio-2016, há seis esportes que há participações de deficientes visuais com brasileiros competindo, são eles: futebol de 5; ciclismo; natação; atletismo; goalball; e judô. O nível mais extremo é o primeiro ou B1, que é formado desde o atleta que tem cegueira total até aquele com percepção de claridade e vultos. O segundo ou B2 é para o deficiente que consegue definir uma letra e/ou tem 10º do campo de visão. E, por último, o terceiro ou B3 é para quem define letra e/ou tem de 10º a 40º do campo de visão. A nível de comparação, uma pesssoa sem problemas nos olhos tem de 160º a 180º. De acordo com a modalidade, diferentes níveis de cegueira podem competir juntos como é o caso de goalball e do judô. No tatame, há apenas uma diferenciação. Os judocas que são B1 recebem uma bola vermelha no quimono para o juiz ter um pouco mais de tolerância ao puni-los por sair da área de competição. No goalball, para equilibrar, todos jogam vendados. Mas os reservas podem ficar sem vendas, o que é uma grande crítica negativa à modalidade, pois os que tem visão menos deficiente conseguem entender melhor as dimensões da quadra e as jogadas que estão acontecendo. No futebol de 5 dos Jogos Paralímpicos, é permitido apenas jogadores B1. Não há as categorias B2 ou B3, conforme ocorre nos mundiais e outros campeonatos da modalidade. Já na natação e no atletismo, a classe muda de letra e recebe um número a mais, mas os níveis de cegueira são os mesmo das outras modalidades. No ciclismo, só há uma categoria: a Tandem, que não divisão por níveis de cegueira, e o deficiente pedala em uma bicicleta para dois com um guia-piloto, que tem visão normal. O atletismo é o único esporte em que há competições separadas para cada nível de cegueira. As competições de pistas são divididas em T11, T12 e T13. Já as de campo ficam entre F11, F12 e F13..Já na natação do Rio-2016 ficou decidido que os competidores B2 e B3 competirão juntos enquanto os B1 fazem uma disputa à parte. Assim como no atletismo, cada prova recebe uma nomenclatura diferente, são eles: nado peito (SB11, SB12 e SB13); medley (SM11, SM12 e SM13); e livre (S11, S12 e S13). CLAMOR PELA INDEPENDÊNCIA Os atletas passam por uma classificação visual nas competições internacionais. De acordo com a deficiência, uma classificação pode ser vitalícia ou pedir uma revisão a cada dois ou quatro anos. Ao longo do movimento paralímpico, muitos atletas já tentam ludibriar os classificadores, que são todos oftalmologistas. Para que esses profissionais tenham mais autonomia, urge que a classificação seja um órgão independente do Comitê Paralímpico Internacional. Ontem, em entrevista ao inglês Daily Mail, um dos principais técnicos do Reino Unido Peter Eriksson pediu essa separação. No Rio-2016, este assunto é tratado com sigilo. — Não posso declarar nada sobre isso — disse a grega Aspasia Vouza, chefe dos classificadores visuais na Rio-2016. Além das modalidades que há brasileiros competindo, também temos remo, triatlo, hipismo e vela com deficientes visuais no Rio-2016. Fonte: http://oglobo.globo.com/esportes/a-ardua-tarefa-de-igualar-os-deficiente...

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