terça-feira, 6 de março de 2018

Mãe denuncia escola após grupo de meninas ameaçar 'queimar' filho deficiente

Polícia vai investigar agressão a adolescente de 17 anos na Escola Estadual Professor Jair Barth, em Itapetininga (SP). Diretoria de Ensino diz que caso

já foi resolvido e não houve bullying.
Por Francine Galdino*, G1 Itapetininga e Região
A mãe de um adolescente de 17 anos registrou um boletim de ocorrência nesta quinta-feira (1º) alegando que o filho foi ameaçado e agredido com chutes e

socos por duas adolescentes dentro da Escola Estadual Professor Jair Barth, em Itapetininga (SP).

De acordo com Erivânia Moura, de 37 anos, o adolescente é vítima de bullying desde o início de 2017 por ser deficiente mental.

Porém, nesta quarta-feira (28), as meninas da sala teriam o agredido com socos e chutes, além de ter ameaçado o garoto em queimá-lo durante o intervalo.


“Elas vivem perturbando por causa da deficiência que ele tem. Neste dia, além de o agredirem, jogaram água e disseram que iam atear fogo nele. Ele entrou

em desespero, foi tentar se defender das agressões e acabou batendo no vidro onde cortou a mão. E isso é frequente. E se tivesse dado uma convulsão e ataque

cardíaco no meu filho? O que elas iriam fazer?”, contou ao G1.

Segundo a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) Leila Tardelli, o caso foi registrado como ato infracional e lesão corporal. Agora, um inquérito

policial será instaurado para identificar o motivo das agressões.

“Já registramos o boletim de ocorrência e agora vamos identificar e ouvir as meninas. Elas podem responder por lesão corporal e por ser uma agressão a

vulnerável pode qualificar o delito. E, se o adolescente ficar com alguma sequela, os pais das meninas também podem responder por danos morais, tendo que

indenizar a vítima", explica a delegada.

Em nota, a Diretoria de Ensino da Região de Itapetininga informou que o garoto se desentendeu com as alunas, ficou nervoso e deu um soco na janela, machucando

a mão e, por isso, acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ainda segundo a diretoria, o caso já foi resolvido e não houve bullying. A diretoria disse ainda que os alunos especiais das escolas estaduais são atendidos

nas salas de recurso.

Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que o Samu foi acionado após o aluno se machucar. A pedido da própria mãe do estudante, a Diretoria Regional

de Ensino de Itapetininga fez a transferência de unidade.

Segundo o órgão, por se tratar de aluno diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o atendimento escolar é regido pelas políticas de inclusão

da Secretaria Estadual da Educação.

Ainda de acordo com a Secretaria de Educação, entre as ações o aluno já recebe atendimento em contraturno na sala de recurso, ambientes regidos por professores

especializados, equipados com materiais pedagógicos específicos, de acordo com o tipo de deficiência para complemento do currículo ministrado em sala de

aula e desenvolvimento das habilidades de cada estudante.

Delegacia de Defesa da Mulher de Itapetininga (Foto: itapetininga, delegacia da mulher, ddm)
*Colaborou com supervisão de Paola Patriarca, do G1 Itapetininga

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