terça-feira, 13 de março de 2018

Estudantes de MS apresentam bengala eletrônica em feira nacional

Estudantes de MS apresentam bengala eletrônica em feira nacional
Projeto "Olho de Agamotto" foi desenvolvido para guiar deficientes visuais com o auxílio de sensores e georreferenciadores
Dois alunos da Escola do Sesi de Corumbá embarcaram, neste domingo (11/03), de Campo Grande (MS) para São Paulo (SP), onde vão participar da 16ª Febrace


(Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), que será promovida pela USP (Universidade de São Paulo) de 12 a 16 de março. Na capital paulista, eles apresentarão


o projeto "Olho de Agamotto", uma bengala eletrônica desenvolvida para guiar deficientes visuais com o auxílio de sensores e georreferenciadores.

Segundo a professora articuladora da Escola do Sesi de Corumbá, Marcelly Tavares, que acompanha os dois alunos à feira nacional, é muito gratificante ver


o avanço desse projeto, que começou em 2014 e só tem evoluído nos últimos anos. "Primeiro os alunos participaram da Feira em Corumbá, quando foram classificados


para a etapa regional e agora para fase nacional. É algo que vem ganhando uma proporção muito grande", afirmou.

Ela refere-se ao fato de o "Olho de Agamotto" já ter sido eleito o melhor projeto multidisciplinar da edição 2017 da Fecipan (Feira de Ciência e Tecnologia


do Pantanal) e também ter conquistado o 1º lugar na área de Engenharia da 4ª FetecMS (Feira de Tecnologia, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul).


A feira

Sobre a Febrace, Marcelly Tavares destaca que é uma oportunidade única. "Não só para os alunos, mas para mim também como professora porque o aprendizado


que iremos adquirir nessa feira com certeza será muito grande e muito valioso. Essa viagem também serve de estímulo para os demais alunos que ficaram em


Corumbá, para que se dediquem a projetos inovadores", completou.

Para a aluna Kianny Climaco Guerreiro, da 3ª série do Ensino Médio, trabalhar com o "Olho de Agamotto" foi bastante inspirador. "Nunca me interessei muito


por essa área tecnológica e foi uma surpresa ter sido convidada para participar, mas depois, conhecendo a ideia, me encantei demais. Estou muito animada


para participar da Febrace e acho que nunca teria uma oportunidade como essas se não fosse pela Escola do Sesi", declarou.

Já o aluno Paulo Henrique Almeida da Silva, da 1ª série do Ensino Médio, ressaltou que essa é a primeira vez que participa de um evento nacional. "Estou


muito ansioso porque minha primeira viagem para fora do Estado é justamente para participar de uma das maiores feiras de Ciência e Engenharia e ainda promovida


pela USP. Não poderia estar feliz com essa oportunidade, que com certeza me trará muita experiência", finalizou.

O projeto

Para um deficiente visual, caminhar por espaços públicos pode ser algo inimaginável. Em um exercício de equilíbrio e concentração, seguem guiados pelo


piso tátil, que os leva, na teoria, a desviar de obstáculos, e atravessam as ruas, orientados por equipamentos sonoros instalados nos semáforos. Mas, e


quando a acessibilidade acaba? Foi pensando em proporcionar um ambiente mais inclusivo para os deficientes visuais que alunos da Escola do Sesi de Corumbá


desenvolveram um sistema batizado de "Olho de Agamotto".

Usando conceitos das aulas de robótica, disciplina que integra a grade curricular das escolas do Sesi, os alunos usaram o modelo Lego "EV3" para construir


o "Olho de Agamotto". O nome do dispositivo foi baseado no amuleto que o personagem das HQs (Histórias em Quadrinhos) do Grupo Marvel, "Dr. Estranho",


carrega no pescoço e é inspirado no mundo real em "O Olho que Tudo Vê", de Buda, nome dado a Siddhartha Gautama, líder religioso que viveu na Índia e fundou


o "budismo".

Na ficção, o "Olho de Agamotto" permite a quem o carrega percorrer distâncias e dissipar disfarces e ilusões, enquanto no caso do protótipo desenvolvido


pelos alunos do Sesi ele conta com um sistema de GPS integrado e sensores programados para indicar os comandos sonoros que serão transmitidos para o deficiente


visual. Não é necessário um pacote de internet móvel para a programação funcionar, sendo que são satélites de GPS que oferecem para o receptor do Olho


de Agamotto a sua posição e destino final.

Intercâmbio educacional

No sábado (10/03), os dois alunos da Escola do Sesi de Corumbá reuniram-se com alunos da Escola do Sesi de Campo Grande para um intercâmbio educacional.


Os alunos de Corumbá apresentaram o "Olho de Agamotto", que tem relação com o projeto ainda em elaboração pelos colegas do 8º ano do Ensino Fundamental


da unidade da Capital e cujo o objetivo é explicar o Universo para um deficiente visual.

Nesse projeto, os alunos de Campo Grande terão vivencias com deficientes visuais e, ao término dessa etapa, vão elaborar uma sala ambiente para deficientes


visuais ou não vivenciarem o Universo sem precisar olhar. "O encontro entre os alunos das duas escolas foi ótimo para fomentar a pesquisa e a experimentação.


O desafio proposto pelo professor Diego Silva dos Santos instigou os alunos a libertarem a curiosidade e perguntarem tudo o que queriam aos colegas de


Corumbá", destacou o diretor da Escola do Sesi de Campo Grande, Murilo Augusto de Oliveira Júnior.

Ele reforça que agora os alunos da Capital estão prontos para montar um protótipo do projeto. "Presenciamos mais um passo importante desse projeto rumo


à construção da Explicação do Universo para o Deficiente Visual", assegurou. "Vejo que estamos caminhando para uma integração escolar cada dia mais forte


e essa experiência trará frutos inimagináveis, pois é perceptível o tamanho do avanço que os alunos obtiveram com um momento tão simples, porém carregado


de conhecimento e troca", completou o coordenador pedagógico e educacional da Escola do Sesi de Corumbá, Marcel Giordano Jeffery.

Repercussão

A coordenador pedagógica e educacional da Escola do Sesi de Campo Grande, Márcia Emiko Kondo Yamazaki, ressalta que momentos como esse são únicos não somente


para a formação educacional dos alunos, mas também para seu conhecimento de vida. "Está vivência faz com que os alunos ampliem seus horizontes e possam


dar o pontapé inicial para o nosso projeto, trazendo-o para o concreto e real", disse.

Para a estudante Júlia Gomes de Luna Ferreira, aluna do 8º ano da Escola do Sesi de Campo Grande, o intercâmbio foi muito ilustrativo. "Hoje o pessoal


de Corumbá veio para compartilhar o seu projeto Olho de Agamotto. O que mais me chamou a atenção foi que em uma aula eles conseguiram criar um robô que


pode auxiliar pessoas com deficiência visual e nós podemos aproveitar essa ideia para o nosso projeto de explicar o Universo para o deficiente visual",


comparou.

Já a estudante Kianny Climaco Guerreiro, aluna da 3ª série da Escola do Sesi de Corumbá, a troca de experiências é sempre bem-vinda. "Foi muito gratificante


receber o reconhecimento e apoio dos alunos de Campo Grande, bem como ver o esforço e interesse deles pelo nosso projeto. Isso nos motiva a persistir com


o nosso sonho de chegar a etapa final. Espero vir mais vezes para Campo Grande", finalizou.

 fonte dourados agora

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