segunda-feira, 16 de maio de 2016
Porto Alegre recebe etapa da Copa Brasil de Xadrez para Deficientes Visuais
Porto Alegre recebe etapa da Copa Brasil de Xadrez para Deficientes Visuais Tadeu Vilani/Agencia RBS
Cada jogador usa o seu tabuleiroFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
Roberta Schuler
roberta.schuler@diariogaucho.com.br
Durante todo o final de semana, 40 enxadristas de vários estados brasileiros se enfrentaram em Porto Alegre. Foi a Etapa Regional Sul de uma competição
na qual cada participante tem o seu tabuleiro, cujas casas pretas são levemente em relevo, as peças do jogo têm um pino para serem encaixadas nas casas,
e as jogadas são gravadas em áudio ou braile.
Trata-se da segunda etapa da Copa Brasil de Xadrez para Deficientes Visuais, promovida pela Federação Brasileira de Xadrez para Deficientes Visuais (FBXDV),
e trazida pela primeira vez para Porto Alegre pela Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs). Os jogos ocorreram no Grêmio Sargento Expedicionário
Geraldo Santana.
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Para o funcionário público Adroildo José Martins, 50 anos, 33 deles como praticante do jogo, o xadrez foi um meio de inserção social. Atualmente, ele tem
2% de visão, enxerga vultos, por conta de uma doença chamada retinose pigmentar (causa a perda gradual da visão por conta da degeneração da retina, região
do fundo do olho que é responsável pela captura de imagens).
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Adroildo (D) já foi três vezes campeão nacionalFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
— Foi um meio de encontrar pessoas com a deficiência, fazer contatos, exemplos que podemos seguir – comentou Adroildo, que já foi três vezes campeão brasileiro.
Embora tenha aprendido a jogar xadrez na infância, com o pai, aos 11 anos, foi em 2008, enquanto fazia cursos de reabilitação — também tem retinose pigmentar
— que o massoterapeuta André Rezende Marques, 42 anos, reencontrou o xadrez.
O paranaense que vive em São Paulo é quatro vezes campeão brasileiro (o último título foi em 2015), duas vezes vice, três vezes campeão pan-americano e
uma vez campeão pan-americano por equipe.
Além da descrição do tabuleiro e das peças, no início da reportagem, há pouca diferença entre o xadrez e o xadrez praticado por deficientes visuais. Uma
delas é que no tabuleiro do jogador deficiente visual, é considerada tocada a peça quando ela tiver sido retirada do orifício de fixação.
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Além de enxadrista profissional, André ensina o jogo como voluntárioFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
— A concentração é um preceito básico para qualquer jogador. Em 2009, optei por encarar o xadrez profissionalmente e passei a estudar de oito a doze horas
diárias, seis vezes por semana — conta André.
Ele cita os benefícios do esporte:
— Além da concentração, é um ótimo exercício de paciência, de foco. Para o deficiente visual, trabalha coisas cruciais como noção espacial e socialização.
Na ideia da inclusão, não discrimina idade, sexo, deficiência — opina André, que também ensina xadrez voluntariamente desde 2008.
Glailton Winckler da Silva, segundo vice-presidente da Acergs e diretor de Esporte e Cultura, concorda:
— O xadrez abre uma porta para tirar o deficiente visual de casa, para aqueles que não têm perspectiva. Acreditamos no esporte como reabilitador, como
porta para o mundo.
O objetivo
O objetivo de cada jogador é colocar o rei do oponente "sob ataque" de maneira que o oponente não tenha lance legal. O jogador que alcançar esse objetivo
deu xeque-mate no rei do adversário e venceu a partida.
fonte:diario gaucho
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