sábado, 12 de dezembro de 2015
Um novo implante, uma nova promessa
Imagem cedida pelo Instituto de Pesquisa Oftalmológica, Universidade de Tübingen mostra o Alpha implantado
Já apresentamos
aqui
o Argus II, dispositivo que capta imagens e envia sinais elétricos ao olho do paciente em padrões iguais aos das letras em braile permitindo que pacientes
cegos 'enxerguem' as letras em braile com até 90% de exatidão, sem o uso dos dedos.
Agora, uma outra prótese visual supera os testes clínicos. Trata-se do Alpha IMS, desenvolvido na Alemanha, a mais recente prótese de retina que pode recuperar
a visão de pessoas cegas. O Alpha detecta a luz que entra nos olhos em vez de usar uma câmera externa, o que significa que o paciente pode olhar ao redor
movendo seus olhos em vez de precisar mexer a cabeça inteira.
O sistema, feito pela empresa Retina Implant AG, especialista no desenvolvimento de implantes sub-retinais, consiste num microchip eletrônico sem fios,
com 3 x 3 milímetros e com uma resolução de 1.500 pixels. Uma grade de 1.500 eletrodos implantados dentro (em vez de à frente) da retina oferece maior
resolução. O Alpha também faz uso do processamento natural de neurônios no meio da camada de retina que processa movimento e contraste.
A imagem que ilustra este artigo é um raio-X de um dos nove pacientes que receberam a prótese mostrando o chip implantado com fios ligando-o à retina,
com botões atrás de cada orelha que podem ser usados para ajustar o brilho. O Alpha funciona com uma bateria sem fio que fica guardada no bolso.
Tanto o Argus quanto o Alpha só funcionam com pacientes que perderam a visão através de doenças que destroem as células de detecção de luz nos olhos, mas
mantém os neurônios de processamento de visão intactos, como na retinose pigmentar.
Em comunicado, a Retina Implant AG revela que o seu mais recente ensaio clínico em humanos, que teve início em Maio de 2010 em Tuebingen, na Alemanha,
e se expandiu a Hong Kong e ao Reino Unido, envolveu nove pacientes que receberam um destes microchips. Destas nove, oito foram bem sucedidas. A última
falhou porque, infelizmente, os médicos tocaram no nervo ótico do paciente.
Ao longo dos três a nove meses de observação, a visão funcional da maioria dos voluntários foi recuperada e dois dos participantes no ensaio conseguiram
enxergar com uma resolução superior à alcançada pelos pacientes dos primeiros testes clínicos com o dispositivo.
Foi o segundo teste realizado pela companhia desde 2005 e, de acordo com Eberhart Zrenner, o coordenador da pesquisa, "os resultados do primeiro ensaio
clínico com humanos já tinham excedido as expetativas". Agora, com os resultados surpreendentes do segundo ensaio, a equipe está ainda mais encorajada,
informa Zrenner.
(Fonte: New Scientist)
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