quarta-feira, 8 de julho de 2015

Valentin Haüy, o pioneiro

Selo comemorativo com a estampa de Valentin, emitido pela Cruz Vermelha francesa Valentin Haüy nasceu no dia 13 de novembro de 1745 em Saint-Just-en-Chaussée, uma aldeia no departamento de Oise, na região Picardia da França, cerca de 70 quilômetros ao norte de Paris. Foi um personagem de uma cultura rica no campo das letras: falava perfeitamente 10 línguas e tinha um profundo conhecimento de latim, grego e hebraico. Isso lhe permitiu, em 1786, ser nomeado Artista do Rei, do Almirantado e da cidade de Paris. Ele também foi reconhecido como paleontólogo e professor de caligrafia, matéria que ele ministrava em uma escola local. Segundo consta, em 1771 Valentin andava pela Place Louis XV, em Paris, (hoje conhecida como a Place de la Concorde) quando observou, com certa tristeza, um grupo de homens cegos, utilizando óculos irregulares de lentes escuras, tocando algumas peças musicais na rua para ganhar uns trocados mas, em verdade, recebiam o escárnio e o desprezo dos transeuntes. Desde então, Valentin decidiu que sua vida seria dedicada totalmente à educação e à reabilitação social dos cegos. Outra influência recebida por ele veio de seu encontro, em 1784, com a compositora e pianista Maria Teresa von Paradis, cega desde os dois anos de idade, como resultado da varíola, mas que havia aprendido sozinha a ler textos e sentir a música, executando-as de memória. Amiga de Mozart, que compôs especialmente para ela o “Concerto em si bemol maior nº 18”, Thereza influenciou o trabalho de Haüy tanto na fundação de sua escola quanto na seleção de materiais para a educação de cegos. Em 1786, Valentin funda o Instituto de crianças cegas, a primeira escola para a formação e colocação do cego no mercado de trabalho, tendo desenvolvido um método de escrita a ser decifrado pelo toque. Era um tipo de processo de impressão de grande porte, e em relevo, com tinta preta em papelão molhado. Estas letras e números podiam ser lidos com os dedos. Com numerosos textos devidamente preparados para eles, os cegos aprenderam a ler, aprenderam as regras básicas de ortografia, escrita e também as quatro operações aritméticas básicas. Haüy apresentou os resultados de seu trabalho para o rei Luís XVI. Com isso, foi nomeado professor e mais tarde secretário dele. Durante a Revolução Francesa, Haüy foi demitido como diretor do Instituto, que foi tomado pelo Estado e passou a ser chamado de Instituto para trabalhadores cegos. Foi quando, então, Valentin fundou o Museu dos Cegos, uma espécie de escola particular para os estudantes estrangeiros. Em 1806, chamando à Rússia pelo czar Alexandre I Pavlovich (1777-1825), criou uma escola para cegos em São Petersburgo, onde foi diretor por 11 anos. Haüy retornou a Paris em 1817, mas continuava não sendo autorizado a entrar na casa que ele próprio havia fundado. Foi quando, então, fundou a Instituição Real para Jovens Cegos de Paris em uma grande cerimônia em agosto de 1821. Dentre os alunos desta instituição consta um rapaz de nome bem conhecido agora, mas que na época era apenas mais uma criança cega: Louis Braille. A 19 de março de 1822, Valentin morreu em uma das salas do museu, junto de seu irmão mais velho, o abade René-Just, famoso químico e mineralogista. fonte:saudde visual

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