segunda-feira, 4 de setembro de 2017

‘156 terá atendimento com videochat para surdos’, diz secretário de SP

O advogado Cid Torquato, secretário municipal da Pessoa com Deficiência – ele próprio cadeirante –, disse que o serviço 156, de atendimento da prefeitura

à população, vai atender pessoas com deficiência auditiva por videochat com linguagem de libras.

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Nesta semana começa a fiscalização de vagas reservadas em estabelecimentos particulares. Como estão os preparativos?

Acho que no começo será um aprendizado. E tem uma questão séria: nem todos os estabelecimentos estão com a sinalização adequada. No início deve ser assim:

alguém aciona o 1188, o número de reclamação da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], que vai mandar uma equipe ao local para constatar se o estabelecimento

não está com a sinalização correta. Então, a CET vai ter que chamar a prefeitura regional para autuar o estabelecimento. Tem dois lados aí: o motorista

infrator, que não deve usar as vagas, e alguns estabelecimentos, até estarem adequados.

Até porque a portaria que definiu as regras da sinalização saiu em maio…

Nós estamos enviando ofícios a todos os shoppings relembrando a questão. Importante que a empresa faça a adequação.

Entende que o início da fiscalização vai ser um marco na sua gestão?

Acho que vai ser um marco para a pessoa com deficiência. Primeiro, não diz respeito exatamente a essa secretaria, nós apoiamos, mas é função da CET. Estamos

próximos da CET, articulando campanhas de informação, participando de ações para levar o cartão [emissão do cartão de autorização] mais perto do munícipe.

Tem que ser um processo de reconhecimento de direitos. Uma coisa legal que a gente espera é que os próprios beneficiários, com destaque para os idosos,

que é um número muito maior, atuem também como fiscais de seus próprios interesses. Seja para chamar a CET, seja para fazer a fiscalização moral. Por isso

que a gente quer levar esse direito ao cartão para perto do cidadão. Como haverá um movimento de multar, é importante facilitar o direito a quem o tem.

Nosso grande interesse não é autuação, é conscientização.

É o respeito ao direito.

Exatamente. Quando se fala em direito da pessoa com deficiência, essas pequenas coisas são muitas vezes grandes oportunidades para quem precisa. A pessoa

saber que se for ao shopping poderá parar na vaga reservada traz uma série de benefícios… Ela sai de casa muito mais segura.

Olhando as metas da prefeitura, uma boa parte das que envolvem a secretaria está ligada à mobilidade. Esse é o maior desafio da pessoa com deficiência

na cidade, a mobilidade?

Mobilidade está virando um desafio para todo mundo. Para as pessoas com deficiência de fato representa uma barreira tremenda. É um ponto fundamental, mas

é um deles.
A acessibilidade de comunicação e digital será exigida a partir de 2018. Em teoria a partir de janeiro tudo –eventos, shows, sites, o que você imaginar–

tem que haver recursos de comunicação inclusiva.

Como está sendo trabalhado isso na prefeitura?

Em várias frentes. Em relação aos sites, aos eventos, aos aplicativos, ao 156… O 156 vai adotar recursos de atendimento em Libras. Para o surdo, a gente

fará o atendimento via videochat.

Quando começa?

Talvez neste ano ainda.

Nas repartições públicas o atendimento com Libras está implantado?

Não. A prefeitura tem obrigação, por lei, de oferecer mediação de Libras quando o cidadão precisa e vai ao serviço público municipal: médico, dentista,

guichê da Secretaria da Fazenda… Qual a melhor forma? Um sistema virtual. Haverá um aplicativo, que ele pode ter no celular ou tablet. Estamos finalizando

o edital de licitação do serviço, que vai custar 10% a 20% do que custava antes.

E o que vai fazer esse aplicativo?

O intérprete aparece no tablet ou celular e faz as traduções. É como videochat, só que com recursos para torná-lo mais estável, para não ter interferência,

interrupção, e com funções de agendamento.
Fonte: site do Jornal Metro por Fabíola Salani, do Metro Jornal São Paulo com foto da Internet.

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