segunda-feira, 27 de junho de 2016
Jacques Janine promove curso de automaquiagem para cegas
vA incerteza de saber se a maquiagem está boa é uma dúvida que assola todas as mulheres que se produzem. Para as mulheres cegas, há todo um ritual: tocar
o próprio rosto e sentir onde sobrancelha, lábios, olhos começam e terminam para passar sombra, blush e batom. Para promover a independência e beleza das
mulheres com deficiência visual, os salões Jacques Janine e a Laramara (Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual) criaram um
curso de automaquiagem ministrado por especialistas.
A primeira turma foi encerrada na quarta-feira, 15, e já existe uma fila de espera de 40 pessoas para a próxima, prevista para agosto. Em seis aulas teóricas
e práticas, as alunas aprendem desde preparação da pele, passando pelas funções dos produtos, até truques de como delinear os olhos – um dos grandes desafios
da maquiagem para qualquer um.
“Esse curso me fez pensar a maquiagem de uma maneira diferente. Faz você se sentir mais bonita independentemente de você estar se vendo ou não. Nós que
estamos nos vendo sempre no espelho nunca pensamos nisso”, diz Chloé Gaya, maquiadora e consultora de imagem do Jacques Janine.
Geisa Souza Santos, 37 anos, ficou cega aos 26 em decorrência de um glaucoma, e afirma que o curso elevou sua autoestima. “Ganhei mais autonomia e independência.
Fiquei dez anos sem tirar os óculos escuros, mas agora me encorajei”, conta. “Posso me maquiar e me sentir tão bonita quanto as outras mulheres.”
Para a massoterapeuta Débora Perossi, de 56 anos, a maquiagem ajuda também no âmbito profissional. “Estou me sentindo mais confiante com minha aparência
para atender meus clientes”, afirma. A Laramara percebeu que as pessoas com deficiência visual atendidas pela associação tinham a necessidade de aprender
mais sobre automaquiagem durante as atividades da vida cotidiana.
“Sabemos que não é só a maquiagem que vai definir a autoestima de uma pessoa, mas ela contribui muito para elas se sentirem mais felizes”, coordenadora
do Programa do Jovem e do Adulto, Cecília Maria Oka. A instituição Laramara também ensina técnicas para que pessoas com deficiência lidem com situações
do cotidiano, como limpar a casa, cozinhar, estudar e cuidar da própria higiene pessoal.
Fonte:
O Estado de S. Paulo Site externo
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