terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Mais autonomia para os cegos

Regina Oliveira, da Fundação Dorina Nowill para Cegos, em artigo para o jornal Gazeta Digital, fala sobre a importância do braille para pessoas cegas e

com baixa visão
Confira artigo da Gazeta Digital assinado por Regina Oliveira, da Fundação Dorina Nowill para Cegos, sobre a importância do braille para pessoas cegas

e com baixa visão.

Recentemente reconhecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Dia Mundial do Braille contribui para conscientização sobre a importância do Sistema

como meio de comunicação e informação.

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A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), de 2015, possibilitou grandes avanços para a garantia de direitos fundamentais para as pessoas com deficiência. A principal

inovação está na mudança do conceito do próprio termo deficiência, que deixa de ser entendida como uma condição do indivíduo e passa a ser considerada

como o resultado das inúmeras barreiras impostas pela sociedade.
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Só no Brasil, 45 milhões de pessoas possuem alguma limitação física, mental, intelectual ou sensorial. Desse total, 6,5 milhões têm deficiência visual,

sendo 500 mil cegas.
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Nesse cenário, quanto mais igualdade de acesso e oportunidades para todos são oferecidas, menores serão as dificuldades encontradas e mais inclusiva será

a sociedade.
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Comemorado no dia 4 de janeiro, o Dia Mundial do Braille é uma oportunidade de ampliar a discussão social sobre o acesso à informação e à cultura para

as pessoas com deficiência visual. A data celebra o nascimento de Louis Braille, criador desse sistema de escrita e leitura que continua sendo imprescindível

até hoje, e foi reconhecida no último dia 17 de dezembro de 2018 pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
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Para as pessoas cegas, ter a maior quantidade de textos em braille em seu dia a dia significa ter mais autonomia e segurança para, por exemplo, ingerir

e administrar remédios, pedir um extrato bancário e ter privacidade para consultá-lo, verificar contas de consumo ou ainda ter acesso ao conhecimento por

meio de livros acessíveis.E mesmo com o avanço de recursos como o livro digital acessível ou audiolivro, é extremamente importante que a produção de obras

didáticas, literárias e outros conteúdos textuais em braille siga em crescimento.

Isso porque, além da independência que ele proporciona, a representação tátil das letras é indispensável para a alfabetização de crianças cegas, assim

como a transcrição de gráficos, símbolos matemáticos, ilustrações, entre outros símbolos que fazem parte do processo educacional.

Na década de 40, a jovem cega Dorina Nowill já entendia a necessidade de se ampliar a produção de livros braille. Junto a copistas voluntárias que aprendiam

o sistema e transcreviam os livros, Dorina deu início à Fundação para o Livro do Cego no Brasil, hoje Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Eu fui uma das beneficiadas por esse trabalho. Nasci com glaucoma congênito e era uma criança muito interessada em aprender. Quando perdi a visão, aos

7 anos, minha mãe encontrou na Fundação uma forma de me ensinar a ler e a escrever. Aqui aprendi o braille, que foi meu passaporte para chegar aonde estou

hoje: trabalhando com o que mais gosto como coordenadora da revisão braille e em contato direto com as centenas de títulos produzidos.

De lá para cá, muitos avanços foram conquistados, mas ainda hoje é fundamental que organizações de todas as esferas sociais estejam dispostas e colaborem

pela a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência.

Por isso, iniciativas como a ampliação do investimento na expansão de parques gráficos auxilia na garantia do direito ao acesso à informação e educação.

Com a aquisição de 26 novas máquinas de impressão braille, a Fundação Dorina alcançará a produção de até 450 mil páginas braille por dia, tornando-se uma

das maiores do mundo em capacidade produtiva.

Esse é um passo importante que beneficiará milhares de brasileiros e brasileiras cegos. Mas ainda há um longo caminho pela frente que será trilhado apenas

com o engajamento de toda a sociedade para fazer com que cada vez mais materiais e publicações acessíveis sejam disponibilizados.

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Regina Oliveira é coordenadora de Revisão da Fundação Dorina Nowill para Cegos e membro do Conselho Mundial e do Conselho Ibero-americano do Braille.
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Fonte:
Gazeta Digital Site externo
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