terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Estudante catarinense cria etiquetas de roupas voltadas para cegos

O código inserido na etiqueta, fornece informações sobre cor, tecido e estampa das roupas

CATARINA DUARTE
Eliana Baron não acreditava que venceria o 6° Prêmio Brasil Sul de Moda Inclusiva. Nervosa, a catarinense de Guabiruba, olhou para sua mãe, que a acompanhava

no evento e disse "não fica triste, o importante é participar". Ela venceu. O projeto da estudante do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)

cria um código inserido em etiquetas de roupas, pensado para que cegos possam identificar o que vão vestir.

O Prêmio Brasil Sul de Moda Inclusiva tem como objetivo elaboração de roupas destinadas a deficientes. Criado em 2013, pelo Instituto Nação Brasil, passou

a receber inscrições dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul a partir da segunda edição.

Para participar, os estudantes enviam projetos com três modelos de roupas adaptadas. Para a etapa seguinte, são selecionados 20 alunos, que devem criar

as peças, usando como base para a modelagem pessoas com deficiência, que desfilam com as peças na premiação.

Início do grupo Os três modelos de roupas produzidos por Eliana Beron são inspirados no espaço - Arquivo Instituto Nação Brasil/Divulgação
Os três modelos de roupas produzidos por Eliana Beron são inspirados no espaço - Arquivo Instituto Nação Brasil/Divulgação
Os três modelos de roupas produzidos por Eliana Beron são inspirados no espaço - Arquivo Instituto Nação Brasil/Divulgação
Fim do grupo

Quando soube do prêmio, através de seus professores do curso de Aprendizagem Industrial de Desenhista de Produto de Moda do SENAI, Eliana só sentiu segurança

para participar após uma roda de conversa com cegos. Ouvindo as dificuldades que eles tinham para saber o que estavam vestindo e comprando, a menina de

16 anos, começou a pensar formas de solucionar este problema.

O projeto vencedor funciona através de uma etiqueta das roupas com um QR Code, código que pode ser lido com o auxílio de uma câmera de celular, direcionando,

após a identificação do mesmo, para um áudio no disponível no Youtube, onde são fornecidas informações sobre cor, tecido e estampa das peças.

Os três modelos de roupas produzidos pela estudante são inspirados no espaço, temática que retrata o abstrato. “Acredito que mesmo essas pessoas não podendo

enxergar o mundo da mesma forma que nós, elas o veem da sua maneira” justifica.

Como prêmio, Eliana ganhou um kit de identificação para três coleções da Haco, empresa fabricante de etiquetas. Além disso, um mês de estágio na Renaux

View, uma das primeiras fábricas têxteis de Santa Catarina, e 80 metros de tecido fornecido pela mesma. O projeto, agora, segue para a fase de desenvolvimento

de um aplicativo responsável pela leitura das etiquetas.

Eliana Baron
Prêmio Brasil Sul de Moda Inclusiva
SENAI
Florianópolis
fonte Notícias do Dia

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