quinta-feira, 22 de junho de 2017

Deficientes visuais perdem independência por falta de piso tátil em calçadas

Tylane Renor
O que muitas vezes passa como um cenário comum para não portadores de necessidade especial se torna um grande desafio para os que possuem mobilidade reduzida.

Quando o assunto é deficiência visual o problema é ainda maior. Muitos percursos não possuem o piso tátil, essencial para o deslocamento de pessoas com

redução da visão, ou não há uma sequência. A fiscalização também é falha, segundo especialistas do assunto, o que limita, ainda mais, essas pessoas.

Segundo Código de Postura de Niterói, é obrigação do proprietário do imóvel a instalação das placas do piso tátil nas calçadas, que são de dois tipos:

com riscos (direcionais) e com bolinhas (alerta). A terapeuta ocupacional da Associação Fluminense de Amparo aos Cegos (Afac), em São Lourenço, Patrícia

Valesca Ferreira, explicou que esses pisos, quando são instalados, por muitas vezes são colocados errados. “As pessoas não percebem que esse espaço é para

eles andarem e praticarem sua independência. É difícil dar essa confiança e autonomia para o deficiente visual e isso é fundamental para autoestima, psicológico

e até mesmo inserção no mercado de trabalho”, explicou.

O advogado especialista em direito público, José Ricardo Ramalho, reforçou que a implantação do piso tátil está diretamente ligada às normas de acessibilidade

do espaço urbano. “Os pisos apresentam caracteres, braille ou figuras em alto-relevo, que tem como objetivo alertar ou direcionar o deficiente visual.

Devem ter cor contrastante com a do piso adjacente e podem ser sobrepostas ou integradas ao piso existente. A falta de manutenção e a inexistência desse

tipo de sinalização nos passeios dos grandes centros urbanos é um problema de acessibilidade enfrentado pelos deficientes visuais de todas as grandes cidades

do nosso país”, apontou.

Já o mestre em engenharia cartográfica pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), Renan Ramos da Silva, ressaltou a importância desse elemento nas vias

públicas tanto para os que são totalmente cegos como para os que têm baixa visão. Por isso a questão da cor diferenciada no piso também é importante. “Normalmente

encontramos o piso tátil em áreas de transporte, como metrô e trem, mas em calçadas isso ainda é muito precário. Porém se nós que enxergamos encontramos

dificuldades às vezes, para o deficiente visual é ainda pior”, completou.

A Prefeitura de Niterói foi questionada sobre a quantidade de notificações/intimações aplicadas na cidade para que os proprietários e comerciantes coloquem

o piso tátil nas calçadas. A administração municipal disse em nota que nos primeiros quatro meses do ano foram 377 intimações para restauração de calçada

e cerca de 80% foram atendidas.

fonte A Tribuna RJ

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