terça-feira, 12 de abril de 2016
Abril Marrom: cegueira e saúde da visão apresentados em palestra gratuita
Campanha de conscientização leva médicos de renome da Oftalmologia para conversar com a população
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Se o mês de abril está sendo dedicado à prevenção e combate à cegueira por conta da iniciativa "Abril Marrom", nada melhor do que reunir especialistas
para tratar sobre as diversas doenças que acometem a população e que podem levar à perda da visão.
No coração do Parque do Ibirapuera, o teatro Ruth de Souza - dentro do Museu Afro Brasil - foi o local escolhido para que médicos de renome da área de
Oftalmologia pudessem acolher a população em uma conversa que serviu para desmistificar conceitos da medicina e trouxe para um discurso mais acessível
conhecimentos muitas vezes restritos aos consultórios.
Com o apoio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, a palestra que abriu a programação de encontros aconteceu na última
sexta-feira, dia 8. Doutor Suel Abujamra, responsável por agregar a equipe médica, abriu a mesa apresentando os presentes e apontando a importância de
difundir os conhecimentos. “Essa forma de disseminação é muito importante, começa aqui e vai para as redes sociais”, exemplificou sobre como todos podem
colaborar com a educação e sensibilização da relevância da saúde dos olhos.
“Os pacientes as vezes vêm em uma fase muito avançada, fico muito triste. Penso no custo humanitário e esse custo é muito alto”, concluiu Dr. Suel.
Para explicar um pouco sobre os processos da catarata, o doutor Paulo Gelman Vaidergorn mostrou de forma didática estrutura de um olho saudável e sua degeneração
pelo desenvolvimento da doença e os tratamentos existentes.
“A catarata é, predominantemente, uma doença que afeta a população acima de 60 anos. Claro que acontecem em outras idades, mas o grande público é do idoso.
E a expectativa de vida aumentou muito no Brasil. Assim, todas aquelas doenças que afetam em geral o idoso têm sido mais freqüentes de algumas décadas
para cá”, ressaltou Paulo sobre este ser uma doença ocular que tem sido bastante discutida.
Na sequência, a doutora do Hospital das Clínicas, Maria Tereza Brizzi Bonanomi, lembrou que a diabetes é uma das maiores causadoras de cegueira na população
em adulta em idade produtiva. Apontou a necessidade de diagnósticos rápidos e precisos para o tratamento da Retinopatia Diabética e da Degeneração Macular
relacionada à idade, temas de sua explanação.
Já nas discussões sobre os tratamentos do glaucoma, os médicos presentes reforçaram a necessidade do acesso a exames e especialistas em oftalmologia. Ao
lado da Dr. Antonieta Minello, o colega Cristiano Umbelino lembrou que a internet é uma ferramenta de pesquisa, mas que nunca substitui uma consulta.
“A melhor forma de se tratar o glaucoma é consultando um médico oftalmologista. Hoje em dia a gente vive um mundo muito dinâmico, a gente vê um monte de
coisas que aparecem no ‘Dr. Google’. É importante a gente saber que a internet traz algumas informações, mas quem é o profissional habilitado para tirar
dúvidas e orientar é o médico oftalmologista”, destacou Umbelino.
Para finalizar a roda de apresentações, a médica Juliana Ferraz Sallum trouxe sua carga de conhecimentos acumulados na dupla formação como oftalmologista
e geneticista para explicar sobre os desafios das doenças heredo-degenerativas e doenças raras, que podem estar associadas ao processo de cegueira. Lembrou,
por exemplo, da recente campanha “Bengala Verde” pela conscientização sobre as pessoas com baixa visão.
A profissional apresentou diversos desafios e problemas no processo de tratamento de algumas doenças raras, como a dificuldade de diagnósticos corretos
e, para isso, a necessidade de mais geneticistas e do intercâmbio de informação entre centros especializados espalhados pelo país. Incentivo à pesquisa,
formação de equipe técnica de apoio, mapeamento de serviços de reabilitação, disseminação do conhecimento sobre deficiências múltiplas, sobre a surdocegueira,
sobre recursos pedagógicos, capacitação e empregabilidade forma alguns dos pontos citados em que a Dr. Sallum vê a necessidade de aprimoramento.
Questões sobre os direitos das pessoas com deficiência visual também foram abordados ao final antes da rodada de perguntas.
E, para acessibilizar as discussões para pessoas com deficiência auditiva, intérpretes de Língua Brasileira de Sinais foram disponibilizados pela SMPED
e acompanharam do palco a tarde de informação e conversa.
Próximas palestras
Esta roda de conversa faz parte de um circuito de encontros que acontecem por conta da campanha “Abril Marrom” aberta gratuitamente a todo público interessado,
sendo ou não da área médica. Confira os próximos eventos e palestrantes:
Dia 15 de abril
Público-Alvo: Público em geral e interessados pelo tema)
14h15 - Retinopatia Diabética - Dr. André Marcelo Vieira Gomes (FMUSP)
15h – Recursos para a Visão Subnormal - Dr. Marcos Wilson Sampaio (USP)
16h – Doenças da Infância: Retinopatia da Prematuridade - Dra. Nilva Simeren Bueno de Moraes (Unifesp)
16h45 – Trauma e Prevenção da Cegueira - Dra. Denise de Freitas (Escola Paulista de Medicina)
Local: Museu Afro Brasil (Teatro Ruth de Souza)
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque do Ibirapuera – Portão 10
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