terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O menino cego e autista de 6 anos que é um gênio do teclado

O brasiliense Daniel começou a tocar teclado com apenas 3 anos.
Por
Redação RPA
O menino Daniel, 6 anos, nasceu com uma doença chamada amaurose congênita de Leber, causadora da sua cegueira. Aos 2 anos, seus pais descobriram que ele

também era autista. Porém, o que mais chama atenção no garoto é sua genialidade tocando teclado.

Nascido em Brasília, Daniel é capaz de tocar 700 músicas. Sua mãe, a administradora Hedrienny Cardoso, descobriu o autismo observando a irmã de Daniel,

Júlia, que também é cega, ter um desenvolvimento motor e cognitivo superior ao de Daniel, mesmo sendo mais nova. Ao levar Daniel a um neuropediatra, veio

o diagnóstico do autismo.

Desde pequenininho, Daniel nunca demonstrou interesse por brinquedos comuns, como carrinhos e bonecos. A música sempre foi sua maior a diversão. O primeiro

contato com um teclado aconteceu durante uma visita a casa de um parente. Hedrienny percebeu um interesse do filho pelas teclas e decidiu comprar um teclado

para Daniel brincar.

menino cego autista gênio teclado
“Eu não queria comprar um piano porque era muito caro. Resolvemos dar um teclado, por ter um preço mais acessível e porque a gente não sabia se ele ia

gostar. Mas, pra minha surpresa, no dia que a gente deu o teclado, ele já tocou ‘Brilha, Brilha Estrelinha’. Eu fiquei louca porque foi a primeira vez

que ele teve contato com um teclado”, disse Hedrienny em entrevista ao Razões para Acreditar.

Hedrienny começou a estimular o filho com a base musical que conseguiu quando tocava violão na adolescência. Para isso, ela teve que adaptar o teclado:

colou texturas nas teclas para que Daniel conseguisse diferenciar os sons. Três meses depois, ela tirou as texturas porque o filho já conhecia todas as

teclas.

“Eu comecei a ficar empolgada. Fiz uma lista de músicas que ele já tocava e começava a estimulá-lo para tocar todos os dias pelo menos um pouquinho. E

foi quanto tive a ideia de criar o
Instagram.
Paralelo a isso, tentamos colocá-lo em uma aula de música. Porém, por mais boa vontade que as pessoas tivessem, elas não conseguiam acessar o Daniel.”


Início do grupo Daniel já se apresentou em teatros
menino cego autista gênio teclado
Daniel já se apresentou em teatros
Fim do grupo

Depois de várias tentativas frustradas, Hedrienny conheceu um projeto de musicalização na Universidade de Brasília (UnB) e resolveu levar o filho. Porém,

no início do ano, o garoto foi convidado a se retirar, porque disseram que não estaria bem assessorado.

“Falaram que o projeto não tinha pessoas capacitadas e foi convidado educadamente a se retirar. Eu fiquei arrasada porque nessa época ele tocava umas duzentas

músicas. Estava ansiosa para ele ter essa aula de piano. Foi um baque muito grande. Mas aí eu pensei comigo, posso ficar triste e achar que meu filho não

é capaz, ou mostrar para que ele conseguia tocar o que quisesse. Foi então que tive a ideia de criar um Instagram. Desde pequeno, ele gosta muito de ouvir

os vídeos dele mesmo, tocando, conversando, enfim. Falei pra ele tocar todo dia uma música diferente e que eu faria vídeos para postar no Instagram.”

Esse contato com a música virou parte da rotina de Daniel. Todo dia, ele toca um pouquinho. Graças à música, Daniel passou a interagir mais com a irmã

e também melhorou seu desempenho na escola. “Memorizar tantas músicas ajudou muito no processo de alfabetização em Braille. Ele está bem avançado, vimos

que ele tem uma memória muito boa. Ele consegue guardar as melodias e notas com muita facilidade.”

A expectativa de Hedrienny é que Daniel consiga entrar para a Escola de Música de Brasília e que possa construir uma carreira na música, tornando-se autônomo

e independente. “Eu sei que lá existe um ambiente preparado para ele. O autismo traz um receio muito grande para os familiares. ‘Será que meu filho vai

ser independente ou vai depender de mim para o resto da vida?’. Quero que seja o que ele quiser. Mas que ele possa aproveitar esse dom tão incrível com

independência”, finaliza Hedrienny.

fonte Razões para Acreditar

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