sábado, 19 de março de 2016
Menina com deficiência visual frequenta escola após lei de inclusão
Desde o primeiro dia de 2016 está em vigor a lei brasileira de
acessibilidade, uma espécie de estatuto que muda completamente a forma
da sociedade encarar
as pessoas com deficiência. Com a lei, as instituições de ensino não
podem fechar as portas para essas pessoas.
Nicoli Santos tem 7 anos e é cega. Ela perdeu 100% da visão aos 2 anos
por causa de um câncer. A mãe dela Bianca Santos já fez uma correria
para conseguir
uma escola para ela. “Eles colocavam taxas adicionais, eu tinha que
contratar um cuidador para ficar ao lado dela”, lembra.
Mas finalmente uma escola abriu as portas para Nicoli e hoje ela
frequenta as aulas normalmente e aprende o mesmo conteúdo que as outras
crianças da turma.
A única diferença é que ela escreve e lê em braile. “Eu gosto de trazer
brinquedo, de brincar aqui e gosto de vir para escola”, conta Nicoli.
Segundo o diretor da OAB de Bauru e membro da comissão de direitos da
pessoa com deficiência, Eduardo Jannone da Silva, as escolas precisam
aceitar todos
os alunos. “Todas as escolas estão obrigadas a aparelhar a sua estrutura
para que as pessoas com deficiência possam estudar nessas escolas
públicas e privadas.
Caso essas pessoas precisem de auxílio, seja material ou humano, por
exemplo, o amigo qualificado ou o cuidador, a escola vai ter que
providenciar esse
suporte humano. O eventual custo com esse profissional precisa ser
diluído entre todos os outros custos da escola”, explica.
Empresas
Além das escolas, as empresas com mais de 100 funcionários também devem
contratar pessoas com deficiência. Por causa de uma leve deficiência
mental, Gabriel
Fernandes Nogueira teve a fala comprometida, mas isso nunca foi problema
para ele. O jovem trabalha em uma empresa de recuperação de crédito há
três anos
e só está crescendo.
Gabriel começou trabalhando na empresa na portaria, ficou dois anos e
hoje ele está no setor de Recursos Humanos. Ele é responsável pela
triagem dos currículos.
A oportunidade do primeiro emprego surgiu porque a empresa onde o
Gabriel trabalha se preocupa com a lei de inclusão.
“Nós fizemos um processo, contatamos a família, entendemos também um
pouco das potencialidades dele e o alocamos na área inicial. Ele é
bastante produtivo,
a gente percebe que desta forma ele consegue encontrar sentido na
carreira, no trabalho, se sentir útil de fato e ele contribui bastante”,
explica o coordenadora
de RH Luiza Metzner.
Hoje as empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a abrir as
portas às pessoas com deficiência. Uma emenda na lei poderia melhorar
ainda mais
a situação dessas pessoas que querem trabalhar, mas o projeto que previa
a obrigatoriedade de empresas com menos de 100 funcionários contratarem
pessoas
com deficiência foi vetada.
Nas ruas
Mas apesar da lei, muito lugares ainda não oferecem acesso inclusivo.
Nas ruas de Bauru é fácil encontrar calçadas irregulares. A rampa de
acesso, por
exemplo, é de responsabilidade do proprietário do imóvel, mas nem todos
os locais instalam.
Na avenida Duque de Caxias, postes foram encontrados no meio da rampa de
acesso e outras calçadas sem a rampa. Segundo o presidente do Conselho
Municipal
dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Comude), Washington Rodrigues,
qualquer cidadão pode fazer uma reclamação no Poupatempo sobre o lugar
errado.
Fonte:
G1 Site externo.
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