segunda-feira, 28 de março de 2016
AUTO DA PAIXÃO: DEPOIMENTO DE QUEM ASSISTIU COM AUDIODESCRIÇÃO
Neste ano o Auto da Paixão ampliou ainda mais o seu projeto de inclusão, proporcionando às pessoas com deficiência visual o recurso de audiodescrição,
uma narrativa detalhada sobre o espetáculo. O recurso representa uma oportunidade para as pessoas que não enxergam com os olhos, mas acompanham com outros
sentidos a história de Cristo na terra.
Auto da Paixão 2016
Antes do início da apresentação, pessoas com deficiência visual puderam tocar a coroa de espinhos utilizada por Jesus Cristo, interpretado pelo ator Henri
Castelli, diferentes tipos de vestimentas, entre elas a dos sacerdotes, dos judeus, e também de objetos de cena, como as espadas utilizadas pelos soldados
e o cálice da Santa Ceia.
Todos os cenários que formam uma estrutura de cerca de 120 metros de comprimento, também foram narrados antes do início do espetáculo. O Monte das Oliveiras,
o templo dos sacerdotes, a mesa da Santa Ceia, o calvário, os salões de Herodes, o barco e outros cenários importantes na trama foram minunciosamente descritos
para que as pessoas pudessem desenhar em sua imaginação a história de amor de Cristo.
Para que a narração acontecesse, cada um dos deficientes visuais recebeu da organização um equipamento de audiodescrição composto por um aparelho conectado
a um fone de ouvido. Da cabine, um dos colaboradores do Grupo Cena Onze transmitia as informações que chegavam ao grupo.
Para o presidente do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Juarez Albues, a iniciativa vai muito além de uma prática de inclusão do Governo
do Estado. "É uma forma de interagir e fazer parte deste contexto. Por mais que o Auto da Paixão seja uma história contada há muitos anos, ter uma versão
que contemple a pessoa com deficiência visual é um momento muito importante para nós", destacou.
O desânimo de estar em um evento e entender muito pouco do que está acontecendo não incomoda apenas Juarez, mas também Antônio Alves de Arruda, que tem
apenas parte da visão. "A audiodescrição do Auto da Paixão proporcionou um sentimento de liberdade. “Mas é uma liberdade de poder entender melhor, assim
como as pessoas ditas normais. Às vezes a gente sai de um evento com a sensação de que esteve lá, mas que não participou de nada. Então isso nos ajuda
a ser parte da sociedade".
Foi com o objetivo de ser um modelo de evento totalmente inclusivo, que a ideia de utilizar o recurso de audiodescrição surgiu, como o próprio secretário
de Estado de Trabalho e Assistência Social, Valdiney de Arruda, lembrou. Presente na penúltima noite da encenação do Auto da Paixão, o secretário comemorou
o projeto de inclusão, que resultou no êxito do espetáculo. "O desejo do Governo de possibilitar um evento inclusivo que desse oportunidade ao idoso, ao
deficiente auditivo, ao deficiente visual, além de gerar trabalho e renda aos recuperandos, haitianos, indígenas e outras pessoas em situação de vulnerabilidade,
demonstram que tivemos êxito e que o Auto da Paixão de Cristo 2016 é um sucesso".
Já para a idealizadora, primeira-dama do Estado e coordenadora do Núcleo de Ações Voluntárias, Samira Martins, os números dizem por si só. "Já ultrapassamos
a marca de 50 mil pessoas que passaram pelo Auto da Paixão. Somente no primeiro dia de evento, em plena terça-feira, recebemos sete mil pessoas. Não tenho
dúvidas de que este caminha para ser o maior do país. E o mais importante é que é um evento totalmente inclusivo, a razão de nossa felicidade", ressaltou
Samira.
Programação do Auto da Paixão 2016
Este domingo de Páscoa (27.03) é o último dia para conferir o espetáculo, que acontece no Memorial Papa João Paulo II, no bairro Morada do Ouro. Os portões
serão abertos às 17h. Das 18h às 20h e das 21 às 22h, shows música gospel são realizados no palco alternativo. O espetáculo é apresentado das 20h às 21h.
No local, há praça de alimentação e de artesanato, espaço infantil e estandes dos parceiros.
Fonte: Folha MAX
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