sábado, 11 de março de 2017

Irmão acolherá deficiente abandonado e levado a abrigo após a morte da mãe

Família buscou a Justiça ao descobrir que rapaz ficou órfão aos 32 anos. Ele permanece em central para moradores de rua em Ribeirão Preto (SP). Do G1 Ribeirão e Franca Homem com deficiência é abandonado pela família após mãe morrer e recebido em abrigo para pessoas de rua, em Ribeirão Preto (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV) Homem com deficiência foi abandonado após a morte da mãe em Ribeirão (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV) O homem de 32 anos com deficiência intelectual que passou a viver em um abrigo para moradores de rua  após a morte da mãe, em Ribeirão Preto (SP), deve finalmente ser acolhido. Um irmão, que mora na mesma cidade, mas não mantinha contato com ele há quase 12 anos, entrou na Justiça para assumir os cuidados do rapaz. O caso de abandono ganhou repercussão depois que mães de alunos da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae)  passaram a buscar uma forma de amparar o jovem, deixado na instituição por um tio no dia do enterro da mãe, em 27 de janeiro. Por determinação judicial, ele passou a morar em um abrigo mantido pela Prefeitura, mas o local não atende suas necessidades. Um relatório médico aponta que o rapaz tem epilepsia, retardo mental moderado, distúrbio de fala e é totalmente vulnerável. A advogada Bianca Pitta da Silva, que representa o irmão do deficiente, conta que a família soube do caso pela imprensa. Ela explica que, devido à deficiência intelectual, o rapaz deve ter um familiar responsável por tomar todas as decisões por ele. "Ele não tem discernimento para cuidar de si. Ele é maior de idade, então temos que pedir a curatela, colocando o irmão e a cunhada como responsáveis pelos atos, tanto da vida civil, quanto pessoal dele", diz. Bianca afirma que a família não tem condições de cuidar o rapaz na casa onde vive, mas quer garantir que ele receba o acolhimento necessário e adequado em uma clínica particular na região de Ribeirão Preto. Para arcar com essa despesa, o casal avalia alugar a casa onde o deficiente morava com a mãe na cidade. O imóvel é próprio e estava fechado desde a morte da mulher. Ele não tem discernimento para cuidar de si. Ele é maior de idade, então temos que pedir a curatela, colocando o irmão e a cunhada como responsáveis pelos atos, tanto da vida civil, quanto pessoal dele." Bianca Pitta da Silva, advogada "Um tio estava morando na casa com ele, enquanto a mãe estava internada. Agora, com o óbito da mãe, esse tio não tem mais interesse em cuidar do rapaz. Inclusive, até por isso, decidiu devolver as chaves", conta. Bianca diz que o pedido de curatela será protocolado nesta quarta-feira (8). O irmão e a cunhada já estão em busca de uma instituição que possa abrigar o rapaz em tempo integral, e que ofereça todo o atendimento multiprofissional que ele necessita. "A família tentou levá-lo para casa, mas não conseguiu porque, como ele é órfão e incapaz mentalmente, ainda está sob a reponsabilidade do município. Por enquanto, ele continua sob a responsabilidade da Prefeitura e continua na Cetrem [abrigo]", afirma. Jovem, de 32 anos, é recebido por funcionário ao chegar em instituição de acolhimento para pessoas em situação de rua, em Ribeirão (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV) Atualmente, rapaz com deficiência vive em abrigo para moradores de rua (Foto: Valdinei Malaguti/EPTV) O caso A promotora de Justiça Ana Carla Froes Tosta contou que o rapaz morava apenas com a mãe, mas ela foi internada em dezembro do ano passado ao ser diagnosticada com câncer. Um tio passou então a cuidar dele, até a morte da mulher. No dia do enterro, o jovem foi deixado na Apae. O tio alegou não ter condições de cuidar do sobrinho devido à idade avançada. A Promotoria moveu então uma ação para que o Estado e o município fornecessem moradia, assistência, tratamento médico e transporte ao rapaz. Devido à dificuldade de encontrar uma instituição inclusiva que atenda o perfil do deficiente, a Secretaria Municipal de Assistência Social o colocou temporariamente em um abrigo para moradores de rua. No entanto, o local não oferece serviços voltados a pessoas com deficiência e os funcionários estenderam os turnos para auxiliar o rapaz. A Apae também passou a atendê-lo de segunda a sexta-feira em período integral, quando o normal seria recebê-lo apenas por meio período. Durante o carnaval, o rapaz foi acolhido no hospital Cantinho do Céu, uma instituição filantrópica que acolhe pessoas com paralisia cerebral em Ribeirão Preto. A entidade tomou a decisão de cuidar dele no feriado prolongado após acompanhar o drama pela imprensa. De acordo com o vice-presidente da instituição, Francisco Eduardo Beluzo, o abrigo para pessoas de rua onde o homem estava passando as noites não possui equipe capacitada para atender as necessidades dele. Além disso, a unidade fica superlotada durante o feriado.  fonte  g1

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