sábado, 15 de novembro de 2014

Deficiente visual se revolta com cão-guia barrado

Segundo o primeiro artigo do decreto presidencial 5.904, deficientes visuais acompanhados de cães-guia “têm o direito de ingressar e permanecer com o animal em todos os locais públicos ou privados de uso coletivo”. Apesar disso, pessoas que necessitam do auxílio canino ainda enfrentam problemas, como aconteceu com o analista de sistemas Gabriel Vicalvi, de 29 anos, na noite da última terça-feira (11). Ao ir com a namorada e um grupo de amigos em uma lanchonete Charles Dog, na zona Norte de São Paulo, Vicalvi, que nasceu sem a visão, foi aconselhado por um funcionário a deixar sua cadela Júlia, uma golden retriever de cinco anos, “esperando no carro”, já que ele “estava acompanhado de outras pessoas”. Gabriel ficou indignado com o comportamento do atendente, que no início se dirigiu apenas à sua namorada. Após uma discussão, durante a qual o analista de sistemas citou a lei que permite a permanência de cães-guia em qualquer local, o funcionário disse - de má vontade, segundo o deficiente visual – que a cachorra poderia ficar. Depois do atrito, Vicalvi deixou o local com a namorada e o grupo de amigos, sem chamar a polícia. “Para quê? Preferi fazer um post no Facebook, onde tenho um perfil para a Júlia”, explicou. A estratégia deu certo: a denúncia na rede social já teve mais de dois mil compartilhamentos desde que foi postada, vinte minutos após a confusão, o que gerou uma nota de retratação, também pelo Facebook, da lanchonete. “Apuramos o que aconteceu em relação ao cão-guia e ficou claro: faltou tato e treinamento dos nossos funcionários. Pedimos mil desculpas mais uma vez pelo ocorrido e nos colocamos a disposição para discutir melhor sobre o assunto” dizia parte da nota, na qual a lanchonete também se comprometeu a divulgar melhor a lei dos cães-guia. “Não foi ignorância, foi arrogância” Vicalvi, porém, não ficou satisfeito com a nota de retração e diz que o comportamento do funcionário foi grave. “Ele (o atendente) não foi ignorante, foi arrogante”, justificou. “Só a nota de retratação não é suficiente.” Gabriel disse que já foi contatado pela agência que cuida da publicidade da Charles Dog, mas que aguarda um segundo sinal para que seja combinada uma reparação,Deficiente visual se revolta com cão-guia barrado fonte band.com como já aconteceu em outro caso vivido por ele, em 2013, quando a presença de Júlia também foi contestada em uma loja de produtos alimentícios. “Quero algo em prol dos cães-guia”, explicou. O analista de sistemas, que está com Júlia há dois anos e três meses, costuma passar “pelo menos uma vez por ano” por este tipo de problema. Por isso, além de andar com o documento de cão-guia e a carteira de vacinação da golden retriever, documentos obrigatórios para quem tem um animal do gênero, ele também carrega consigo a lei impressa para apresentar em caso de necessidade. Júlia acompanha Gabriel em todos os lugares e dorme no seu quarto. Sempre atenta, a guardiã e guia não descuida do dono nem quando o ouve falar ao telefone. “Ela inclusive levantou para vir aqui ver o que está acontecendo”, contou o analista pouco antes de finalizar a conversa com o Portal da Band. fonte:band .com

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