segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Cego, jovem aceita desafio e ganha partidas em sequência no videogame

O som dos personagens e a vibração do controle orientam o bauruense Gabriel Poli, que venceu pelo menos 20 pessoas nas disputas realizadas em um shopping. Fábio Leopissi Os dedos de Gabriel Poli são rápidos, e os movimentos, coordenados. Na televisão, o personagem aplica um golpe atrás do outro, e as vitórias do rapaz no videogame são várias. Seria uma situação normal se o Gabriel não fosse deficiente visual. Ele joga sem enxergar absolutamente nada. – O Gabriel teve paralisia cerebral e ficou cego. A paralisia não afetou parte da inteligência, afetou a coordenação motora. Ele escutou o som do videogame e queria saber o que era; se interessou e começamos a deixá-lo jogar. Vimos que a coordenação motora dele foi melhorando e ele pegou gosto à medida que os videogames foram evoluindo. Ele foi evoluindo junto – conta a mãe de Gabriel, Patrícia Maria. A tática é a seguinte: Gabriel fica próximo da televisão, pois o som dos personagens e a vibração do controle o orientam durante as partidas. A noção de percepção é tão grande ao ponto de permiti-lo descobrir rapidamente em que lado do monitor está o personagem que controla, mesmo depois de trocarem de lado durante a luta. Segundo o jovem, é porque existe um "segredo". – Se não funcionar significa que eu (o personagem que ele controla) estou do outro lado – revela Gabriel. O rapaz foi a um shopping de Bauru e aceitou o desafio de quem passasse por lá. Os desafiantes sentavam-se diante da tela e levantavam-se, todos derrotados. – Eu não acreditaria que iria perder de alguém que não enxerga – afirma o garoto João Vitor, de 10 anos. Nem o super-homem, personagem utilizado pelos rivais de Gabriel, foi capaz de vencê-lo. No tempo em que a reportagem do GloboEsporte.com acompanhou o jogador, foram mais de vinte adversários. Todos derrotados. – Já era. Foi muito bem, não sei como ele faz. É pelo som? – pergunta o biólogo Juan Diego Medina após ser batido. A força de vontade em superar a deficiência impressionou a todo mundo que parou um pouco as compras para admirar o Gabriel . – Não tem como. Queria até entender. Será que é o controle que ele pegou? – indaga o empresário Bruno Bilan, também derrotado. fonte:globo sporte

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